Candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro é a materialização da estupidez. Não obstante, o capitão reformado acredita que, com o semblante de poucos amigos e a voz em tom elevado, consegue convencer além da turba que o incensa por onde passa. Trata-se de um espetáculo esdrúxulo de adoração que pode não garantir a eleição daquele que sonha em resolver os muitos problemas do País à base da truculência.
Entrevistado pelos apresentadores do Jornal Nacional, da Rede Globo, Bolsonaro chegou ao estúdio do principal telejornal do País carregando o seu costumeiro deboche. Para quem sonha em ser um chefe de Estado, o candidato está tem demonstrado competência para gerenciar um lupanar. Disse o presidenciável do PSL que a bancada do JN parecia uma “plataforma de tiro de artilharia”. A obsessão de Bolsonaro pela caserna mostra o que o brasileiro com massa cinzenta pode esperar, caso ele vença corrida presidencial.
Questionado sobre o que faria para evitar a diferença salarial entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo, Jair Bolsonaro, que nem mesmo com o auxilio dos assessores consegue apresentar uma proposta minimamente razoável para o tema, perdeu o controle, como sempre, e o “tiro saiu pela culatra”.
O candidato afirmou a jornalista Renata Vasconcellos, apresentadora do JN, ganha menos do que William Bonner, seu colega de bancada. “Estou vendo uma senhora e um senhor aqui e com toda certeza há uma diferença salarial aqui, parece que é muito maior para ele do que para a senhora”, disse Bolsonaro.
“O meu salário não diz respeito a ninguém, mas posso garantir ao senhor como mulher que eu jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu”, rebateu Renata.
O rótulo de misógino colou em Jair Bolsonaro por razões óbvias e justas, mas o candidato, que vinha tentando se desvencilhar desse empecilho, parece que vem tropeçando no temperamento explosivo. Além disso, a imagem do “bate e arrebenta” que vendeu ao eleitorado não pode desmoronar na esteira de uma resposta coerente e marcada pela educação e pelo respeito ao próximo. Até porque, quem justifica a escolha de um candidato a vice com a desculpa de que precisa de alguém para “meter o pé na porta” não sabe o que é educação.
Parte do eleitorado brasileiro está cometendo um enorme equívoco ao apostar todas as fichas em um candidato que adota a violência como solução genérica para todos os problemas, mas precisa de uma “cola” para participar de entrevistas e debates.