Piora com o passar das horas a situação de Carlos Alberto Richa, o Beto Richa, ex-governador do Paraná e candidato do PSDB ao Senado Federal, preso na última terça-feira (11) no âmbito da Operação Rádio Patrulha, por suspeita de envolvimento em esquema de propinas de R$ 70 milhões. Também foi presa Fernanda Richa, mulher do ex-governador tucano. Ambos estão detidos em um batalhão da Polícia Militar em Curitiba.
A prisão de Beto e Fernanda, decretada pela 13ª Vara Criminal de Curitiba a pedido dos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), tem caráter temporário (cinco dias), mas, como antecipou o UCHO.INFO, poderá ser prorrogada por igual período ou convertida em temporária (sem prazo). Na segunda hipótese, o ex-governador poderá desistir da candidatura ao Senado, que, segundo especialistas, está seriamente comprometida.
Depois de ter negado pedidos de habeas corpus pelo Tribunal de Justiça do Paraná, o casal Richa fracassou ao recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde a ministra Laurita Vaz indeferiu pedidos de idêntico teor.
Ao indeferir liminarmente os pedidos de habeas corpus do casal, a ministra Laurita Vaz usou como fundamento a Súmula 691 do Supremo, que veta supressão de instâncias. A ministra destacou que o decreto de prisão de Beto e Fernanda foi bem fundamentado.
Beto Richa também é alvo da Operação Piloto, 53ª fase da Operação Lava-Jato, que por coincidência foi deflagrada no mesmo dia da Operação Rádio Patrulha. Na terça-feira, agentes da Polícia Federal vasculharam endereços do tucano em busca de provas pelo suposto recebimento de propinas da Odebrecht no escopo de contrato para duplicação da rodovia PR-323, no interior do Paraná.
Considerado braço-direito do ex-governador, Deonilson Roldo também foi preso, juntamente com o empresário Jorge Atherino Theodócio, apontado como elo de Richa com ac empreiteira para assuntos de propina.
A prisão de Beto Richa e alguns assessores e empresários causou enorme constrangimento na cúpula do PSDB, sendo que alguns caciques tucanos limitaram-se a dizer que a lei vale para todos. O episódio provocou estragos na campanha de Geraldo Alckmin, que tinha como uma das principais bandeiras o combate à corrupção. Com o escândalo, o presidenciável do PSDB viu seu discurso ser demolido da noite para o dia.