Após recado das urnas, Haddad flerta com o suicídio eleitoral ao visitar Lula um dia após o 1º turno

Candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad parece ter problemas no campo da análise política, apesar de ter conseguido passar para o segundo turno da eleição presidencial com apenas três semanas de campanha.

Como se o recado das urnas contra o petista nada representasse, Haddad rumou nesta-segunda-feira (8) para Curitiba, onde encontrou-se com o mentor de sua candidatura, o ex-presidente Lula, condenado e preso por corrupção e lavagem de dinheiro.

No momento em que o voto contra o PT prevaleceu no primeiro turno, com alguns outrora expoentes do partido barrados nas urnas – como foi o caso de Eduardo Suplicy, Dilma Rousseff, Fernando Pimentel e Lindbergh Farias, entre outros – ir ao encontro de Lula mais parece suicídio eleitoral.

Que Lula continua dando as cartas no partido ninguém tem dúvidas, mas Fernando Haddad poderia consultar o ex-metalúrgico sobre os rumos de sua candidatura no segundo turno através de emissários, caso queira de fato flertar com o centro. Acreditar que uma ida à capital paranaense poderá lhe render votos adicionais é abusar da inocência política. Em outras palavras, Haddad talvez não tenha compreendido o recado dos eleitores.


Não obstante, o grupo destacado por Lula para acompanhar os passos de Fernando Haddad dispensa apresentações, pois é o que há de pior quando o assunto é radicalismo esquerdista. Se o objetivo do presidenciável petista é realmente amainar o discurso, o melhor é andar com as próprias pernas, mostrando ao mundo que nem tudo o que falam é verdade. Mas é preciso saber se isso realmente é possível.

O Brasil está diante de duas tragédias anunciadas, mas ambos os candidatos continuam acreditando que podem resolver os problemas nacionais, cada um ao seu modo, sempre dentro do universo do ortodoxismo.

Haddad demonstra viver um paradoxo político-eleitoral quando começa a acenar para os chamados partidos de centro, talvez mais precisamente aos seus candidatos, ao mesmo tempo em que não consegue se desvencilhar do beija-mão que quase semanalmente dedica a Lula.

Como afirmou o editor do UCHO.INFO na edição especial do programa “QUE PAÍS É ESSE?”, levada ao ar na noite de domingo (7), Jair Bolsonaro passa ao segundo turno com larga vantagem em relação a Haddad, que terá de se mexer para manter a esperança de virar o jogo. E nesse cenário manter a coerência e o bom senso será preponderante.