Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, a ainda senadora Gleisi Helena Hoffmann tramou durante muito tempo contra a candidatura do “companheiro” Fernando Haddad, mas agora, com a corda da eleição presidencial esticada ao máximo, tenta entrar em cena para aliviar a tensão, ciente de que pouco tem a fazer.
Em reunião marcada para modular o discurso dos partidos que apoiam a candidatura de Haddad, contra Jair Bolsonaro (PSL), na reta de chegada do segundo turno da corrida presidencial, Glelsi, em mais um de seus conhecidos destampatórios, disse, na segunda-feira (15), que o PT não tem de “pedir desculpas por ter chegado ao segundo turno”.
A declaração, segundo participantes do encontro, foi endereçada Ciro Gomes e ao seu partido, o PDT, que não enviou representante à reunião, na sede do PSB, em Brasília.
O PDT também não aparece como signatário da nota divulgada depois da reunião, em que seis partidos (PT, PCdoB, PSB, PCB, PSol e Pros) defendem o voto em Haddad contra uma candidatura “que rompe o pacto democrático da Constituição de 1988 e lança sobre o país a sombra do fascismo”.
“Não dá para o PT pedir desculpas porque venceu (para ir ao) segundo turno. Temos uma base social. O PT tem 30% dos votos desse país. Isso é muito significativo. É uma força social. Podem ter críticas ao PT. É natural que tenham. Somos uma organização humana com todas as nossas falhas e todos os avanços que tivemos. Agora, não dá para pedir que o PT peça desculpas e nem acusar o PT de ter ido para o segundo turno”, disse Gleisi.
Não é de hoje que a presidente dos petistas tornou-se motivo de galhofas no meio político, mas sua ousadia há muito ultrapassou as fronteiras do aceitável. Na verdade, Gleisi Hoffmann, na condição de comandante da legenda, deveria pedir desculpas ao povo brasileiro pelo banditismo político que dominou a cena política nacional durante treze anos, levando ao maior e mais acintoso escândalo de corrupção da história da Humanidade, o Petrolão.
Não obstante, Gleisi deveria não apenas desculpar-se, mas explicar aos brasileiros de bem sua decisão de nomear ao cargo de assessor especial da Casa Civil um pedófilo conhecido que acabou condenado a mais de cem anos de prisão por estupro de vulneráveis.
O petista Eduardo Gaievski, que entre 2005 e 2012 esteve à frente da prefeitura de Realeza, no interior do Paraná, usou o cargo para, em troca de vagas de emprego, violar sexualmente meninas menores de idade, segundo denúncia do Ministério Público. Mesmo assim, a então ministra Gleisi Hoffmann incumbiu o pedófilo de coordenar os programas do governo federal destinados a crianças e adolescentes. Algo parecido como a raposa tomando conta do galinheiro.