O governo federal arrecadou, nesta sexta-feira (15), R$ 2,377 bilhões no leilão para a privatização de 12 aeroportos. Com um valor R$ 2,158 bilhões acima do mínimo estipulado no edital, o ágio médio (diferença entre o mínimo e a soma dos lances vitoriosos) foi de 986%.
Com uma movimentação anual total de 19,6 milhões de passageiros, os 12 aeroportos foram leiloados em três blocos: Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Os vencedores administrarão os terminais pelos próximos 30 anos.
O bloco Nordeste, que inclui os terminais de Recife, Maceió, João Pessoa, Aracaju, Juazeiro do Norte e Campina Grande, foi o mais disputado. A gestora espanhola de aeroportos Aena levou a concessão ao se impor sobre o grupo suíço Zurich Airport depois de uma intensa disputa.
A Aena teve que aumentar sua oferta na última hora depois que a empresa suíça subiu o preço na reta final. A espanhola ofereceu R$ 1,9 bilhão pelo bloco, valor 1.010% superior à outorga mínima do leilão, que era de R$ 171 milhões.
Além desse montante, está previsto que a Aena faça investimentos de R$ 2,153 bilhões para a modernização e melhorias nos seis terminais, sendo R$ 788 milhões nos cinco primeiros anos dos 30 anos de contrato.
O bloco Centro-Oeste, que engloba os terminais de Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Alta Floresta, ficou com o consórcio Aeroeste, formado pela empresa Socicam, que administra a rodoviária do Tietê, em São Paulo, e pela Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico (Sinart). A oferta vencedora foi de R$ 40 milhões, com ágio de 4.739% sobre o valor mínimo de R$ 800 mil. O investimento previsto é de R$ 771 milhões.
Já a Zurich Airport levou o bloco Sudeste, que compreende os terminais de Vitória e Macaé. O grupo ofereceu R$ 437 milhões, com ágio de 830% em relação ao lance mínimo de R$ 46,9 milhões. O investimento previsto é de R$ 592 milhões.
Pelas regras do edital, os grupos deverão fazer melhorias nos locais e, além da outorga mínima depositada na assinatura, terão que repassar uma outorga variada ao longo da concessão, que dependerá da receita bruta da concessionária. Esse pagamento, porém, começará após cinco anos. Com a outorga variada, o governo compartilha o risco de perdas que as concessionárias podem ter dependendo da economia.
Este foi o quinto leilão de privatização de aeroportos do país e o primeiro do governo do presidente Jair Bolsonaro. “É uma grande demonstração de confiança no país”, afirmou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, no fim da disputa.
Com os 12 aeroportos leiloados nesta sexta-feira, sobe para 22 o número de terminais privatizados. O governo pretende conceder à iniciativa privada todos os aeroportos do país até 2022. (Com agências de notícias)