Bolsonaro troca ministro do Desenvolvimento Regional; secretário da Previdência assume a pasta

    O presidente Jair Bolsonaro decidiu, nesta quinta-feira (6), substituir o ministro do Desenvolvimento Regional. Gustavo Canuto, que comandava a pasta, foi substituído por Rogério Marinho, que até então estava à frente da Secretaria de Previdência e Trabalho, vinculada ao Ministério da Economia, e articulou a reforma no sistema previdenciário em 2019.

    Canuto, que é servidor de carreira do Ministério da Economia, teria pedido ao presidente para deixar o cargo e deve assumir a presidência da estatal Dataprev, que é vinculada à pasta comanda pelo economista Paulo Guedes.

    O desempenho de Gustavo Canuto já não agradava Bolsonaro, que vinha fazendo críticas ao colaborador por não estar satisfeito com a forma como estava sendo coordenado o programa “Minha Casa, Minha Vida”.

    Por outro lado, Marinho assumiu papel de destaque ao coordenar a articulação política da reforma da Previdência. Filiado ao PSDB, Rogério Marinho exerceu mandato de deputado federal, entre 2007 e 2018, pelo Rio Grande do Norte, mas na última eleição tropeçou nas urnas.

    Canuto foi o quinto ministro trocado por Bolsonaro em pouco mais de um ano de governo. O primeiro a cair foi Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, em meio ao escândalo de do “laranjal” do PSL e no rastro de um embate com Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República. Bebianno foi substituído por Floriano Peixoto, que também acabou perdendo o cargo e sendo substituído por Jorge Oliveira.

    Após a queda de Bebianno, foi a vez de Ricardo Vélez Rodríguez ser despejado do Ministério da Educação, cujo comando passou às mãos do apasquinado Abraham Weintraub. O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, militar respeitado e de trajetória ilibada, estava à frente da Secretaria de Governo, mas acabou demitido após pressão do vereador carioca Carlos Bolsonaro. Em seu lugar, entrou Luiz Eduardo Ramos.

    O cenário que culminou com a demissão de Santos Cruz foi marcado por uma criminosa manipulação de mensagens de WhatsApp, que creditavam falsamente ao general críticas ao presidente da República. Recentemente, ficou provado que as mensagens eram falsa e foram “fabricadas”, mas Bolsonaro, covarde contumaz, se apequenou mais uma vez no seu silêncio, deixando à margem um amigo de longa data.