Covardia com letra maiúscula –
De “quimioterapia preventiva” a “A candidata e o câncer”, o ucho.info sempre criticou os que fazem uso eleitoreiro da doença de Dilma Rousseff, sejam os companheiros do PT ou veículos da grande mídia. Ao deixar o Hospital Sírio-Libanês na última semana, a ministra disse achar de “mau gosto” essas atitudes. Porém, durante inauguração de obra de seu “filho” PAC, Dilma mostrou não se incomodar tanto com a dissolução da fronteira que separa a candidata da paciente. Em um contexto claramente eleitoreiro, em que o público clamava por um terceiro mandato ou a petista como sucessora de Lula, Dilma inseriu em seu discurso um agradecimento “do fundo do coração” pelo apoio recebido por sua doença.
Da mesma forma que é covardia o desrespeito pelo momento difícil pelo qual está passando a ministra, é inaceitável também que a doença seja usada para criar empatia ou o que quer que seja entre o público e a futura candidata. O câncer e a candidatura devem ser separados, mas por todas as partes.