Pressionado por integrantes do Ministério Público Federal, o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao STF abertura de inquérito para apurar, com base nas declarações do ex-ministro Sérgio Moro, possíveis crimes cometidos pelo presidente da República. Entre os crimes estão falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra, além de crime de responsabilidade.
No requerimento enviado ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral também colocou Moro como alvo do inquérito. Se ao final das investigações ficar provado que o ex-ministro mentiu, ele poderá responder por denunciação caluniosa e crime contra a honra. Considerando que Sérgio Moro tem 22 anos de magistratura, as acusações feitas durante a entrevista desta sexta-feira por certo têm procedência.
“A dimensão dos episódios narrados revela a declaração de Ministro de Estado de atos que revelariam a prática de ilícitos, imputando a sua prática ao presidente da República, o que, de outra sorte, poderia caracterizar igualmente o crime de denunciação caluniosa”, escreveu o procurador-geral no pedido enviado ao Supremo.
“Indica-se, como diligência inicial, a oitiva de Sergio Fernando Moro, a fim de que apresente manifestação detalhada sobre os termos do pronunciamento, com a exibição de documentação idônea que eventualmente possua acerca dos eventos em questão. Uma vez instaurado o inquérito, e na certeza da diligência policial para o não perecimento de elementos probatórios, o procurador-geral da República reserva-se para acompanhar o apuratório e, se for o caso, oferecer denúncia”, concluiu Augusto Aras.
Segundo apurou o UCHO.INFO, o ex-juiz teria provas das acusações que fez contra o presidente da República. Isso talvez explique o pronunciamento modorrento e nada convincente de Bolsonaro, que gastou mais de meia hora para destilar mágoas e revolver o passado recente.
Não é de hoje que este portal afirma que Jair Bolsonaro é um ególatra adepto do autoritarismo e com disposição descomunal para afrontar a democracia e o Estado de Direito. Quando acuado, o presidente recorre ao “coitadismo” (a expressão é da lavra do próprio Bolsonaro) para se fazer de vítima e sensibilizar seus apoiadores, que começam a se dispersar depois do que muitos consideram como “tiro no pé”.