Desde quando a corrida presidencial de 2018 ainda estava no campo oficioso, com candidatos afirmando que eventualmente poderiam se candidatar, o UCHO.INFO alerta para o perigo que o agora presidente da República, Jair Bolsonaro, sempre representou para a democracia brasileira. Durante a campanha, este portal afirmou em diversas ocasiões que Bolsonaro, se eleito, em algum momento atentaria contra a democracia e o Estado de Direito.
Incompetente e desprovido de estofo para cargo de tamanha responsabilidade e relevância, Bolsonaro continua apostando na cizânia da opinião pública e fermentando a tese de que corrupção é um mal da esquerda. Com esse coquetel do absurdo, o presidente consegue manter unida sua irada horda de apoiadores, que a depender do momento age como uma manada em desatino.
Manter esse discurso contrário aos interesses bolsonaristas é tarefa hercúlea, mas sabem os que acompanham o jornalismo do UCHO.INFO que desistir não faz parte do nosso dicionário nem a intimidação pelos poderosos nos faz recuar.
Isso posto, as nossas afirmações sobre o autoritarismo declarado de Jair Bolsonaro foram confirmadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que em transmissão pela internet, nesta quarta-feira (26), afirmou ter a democracia brasileira se mostrado resiliente diante das investidas sórdidas do chefe do Executivo.
“Tempos um presidente que defende a ditadura e a tortura e ninguém jamais considerou alguma solução diferente do respeito à igualdade constitucional”, destacou Barroso, lembrando que manifestações autoritárias do governo, como elogios à ditadura militar, têm sido prontamente rechaçadas pela sociedade civil.
“Em face de manifestações autoritárias, tanto pelo presidente ou por pessoas próximas a ele, inclusive evocando a época da ditadura militar, a sociedade civil reagiu a isto com vigor, condenando os ataques às instituições e levando os autores destes ataques a retirarem-nos. Ou seja, a reação brasileira àquilo que ela viu como ameaças, nem que apenas retóricas, levou a reações muito vigorosas”, analisou.
O presidente do TSE aproveitou a ocasião para, de forma assertiva e providencial, defender a necessidade de se garantir liberdade e independência ao trabalho da imprensa e do Supremo Tribunal Federal para que, cada um ao seu modo e com suas ferramentas, fiscalizem as políticas públicas do governo e limitem o poder do chefe do Executivo, que, vale ressaltar, não está acima da lei.
Barroso lembrou os covardes e rasteiros ataques de Bolsonaro aos profissionais da imprensa, como se o exercício do jornalismo sério e responsável configurasse crime no País.
Desde que passou a ser questionado sobre os depósitos feitos por Fabrício Queiroz, operador das “rachadinhas”, e sua esposa, Márcia Queiroz, fizeram na conta bancária da primeira-dama, Bolsonaro intensificou os ataques aos jornalistas, sendo o mais recente ocorrido em Ipatinga (MG), nesta quarta-feira, quando chamou um repórter do jornal “O Globo” de “otário”.
Esse novo destampatório é fruto da ameaça feita no último domingo (23), no entorno da Catedral de Brasília, a um repórter do diário carioca que questionou-o sobre os polêmicos e ainda não explicados depósitos na conta de Michelle Bolsonaro. Na ocasião, o presidente disse ao repórter: “A vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?”.
Em seu discurso, o ministro do STF ressaltou mais uma vez a importância do jornalismo sério e comprometido com a verdade. “Embora frequentemente atacada pelo próprio presidente, a imprensa no Brasil é plural, independente e fortemente crítica do governo. Tanto este, eu diria, como dos governos anteriores. Portanto, uma coisa que acho que contribui com esta resiliência da democracia no Brasil é justamente a liberdade, independência e até o poder da imprensa brasileira”, avaliou Barroso.
O magistrado criticou novamente a disseminação de notícias falsas (fake news) como forma de intimidar os críticos do governo e integrantes do Judiciário, que têm sido firmes e coerentes na condução de inquéritos e tomadas de decisão para conter o avanço desse cancro que dilacera a democracia e destrói reputações.
“A Corte busca conter ameaças a indivíduos e instituições a partir destes grupos conservadores que disseminam as chamadas fake news ou campanhas de desinformação que são, na verdade, um real perigo e uma real ameaça em todo o mundo, trazendo esse terrorismo moral contra seus opositores”, enfatizou Barroso.
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