Derrotado politicamente nas eleições, Bolsonaro volta a colocar em xeque segurança do sistema eleitoral

 
O presidente Jair Bolsonaro é dissimulado e todo brasileiro dotado de bom-senso sabe disso. O fracasso político de Bolsonaro nas recentes eleições municipais mostra de forma clara e inequívoca que sua vitória na corrida ao Palácio do Planalto, em 2018, foi um tremendo erro de avaliação de parte da sociedade, que votou contra algo, não a favor do País.

Passados quase 23 meses do início do governo, Bolsonaro tenta minimizar o fiasco em que se transformou o apoio a determinados candidatos com a alegação esfarrapada de que o atraso no processo de apuração dos votos indica possibilidade de fraude.

As urnas eletrônicas são confiáveis, do mesmo modo que a lisura do processo eleitoral, como um todo, não pode ser contestada. Essa manobra sórdida dos perdedores deve ser repudiada pela sociedade, pois o Brasil não pode eternamente fazer eco às estultices de Donald Trump, que tenta justificar sua derrota na eleição presidencial americana com a mesma desculpa: fraude.

Sem apresentar provas, como sempre, Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (16) colocou em xeque o sistema eleitoral brasileiro. “Nós temos que ter um sistema de apuração que não deixe dúvidas. É só isso. Tem que ser confiável e rápido, não deixar margem para suposições”, disse o presidente, que não tem humildade suficiente para reconhecer o próprio fracasso como governante.

 
Sempre fingindo estar descolado da realidade, até porque lhe convém, Jair Bolsonaro afirmou a apoiadores que desconhece qualquer outro país que use sistema eletrônico em votações. O presidente tem o direito de cultivar a própria ignorância, mas ao menos 46 países, além do Brasil, utilizam urnas eletrônicas em votações das mais diversas.

“Tenho proposta, tive né. O Supremo (STF) disse que é inconstitucional o voto impresso. Tem proposta de emendar a Constituição na Câmara. Se não tivermos uma forma confiável de apurar as eleições a dúvida sempre vai permanecer e nós devemos atender a população”, afirmou.

Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão, em mais uma fala que desautoriza Bolsonaro, declarou que o processo eleitoral brasileiro é “muito bom, sem dúvida nenhuma”. Há dias, o presidente da República afirmou, sem apresentar provas, que o sistema de votação no Brasil não é “sólido” e “passível de fraude”.

A declaração de Bolsonaro causa estranheza, principalmente depois que os supercomputadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram alvo de ataques coordenados de hackers, cujo objetivo era desacreditar a Justiça Eleitoral do País. Como na política inexistem coincidências, resta saber se a Polícia Federal de fato chegará aos responsáveis pelos ataques cibernéticos.

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