Maluco beleza –
Beira a sandice a declaração do presidente brasileiro sobre a reconstrução do Haiti. Lula da Silva conversou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e sugeriu que ambos os países assumam a reconstrução do Haiti, devastado na noite de terça-feira (12) por um terremoto de 7,0 graus na escala Richter. O presidente-metalúrgico garantiu que o colega norte-americano concordou imediatamente com sua proposta. Trata-se de mais um espetáculo de oportunismo de um presidente fanfarrão e populista, que mal consegue dar conta das obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o malfadado PAC, plataforma eleitoral da ministra-candidata Dilma Rousseff.
Como se isso não bastasse, o governo federal assiste, sem muito alarde, ao fiasco em que se transformou o programa “Minha Casa, Minha Vida”. Por ocasião do lançamento, o programa, uma espécie de tenda dos milagres criada para turbinar a campanha da companheira Dilma, tinha como meta a construção de 1 milhão de casas até 2010. Dias depois, o presidente Lula mudou o discurso: “É um desafio que, a princípio, imaginávamos que fosse possível cumpri-lo em dois anos. Não tem limite, não tem data. Portanto, ninguém me cobre que nós vamos fazer 1 milhão de casa em dois anos”.
Até o final do ano passado, apenas 230 mil novas moradias foram contratadas, o que representa 23% da meta inicial. Apostando na continuidade do ritmo atual de contratações do milagroso programa, a meta anunciada em março de 2009 só será alcançada nos primeiros meses de 2012. Mesmo assim, Lula da Silva e Dilma Rousseff, de volta ao trabalho na capital dos brasileiros, anunciaram a expansão do “Minha Casa, Minha Vida”. Ora, se por aqui os projetos do messiânico Lula não deslancham, que dirá no Haiti, distante 4 mil quilômetros ou mais de Brasília. Traduzindo para o bom vernáculo, Lula é uma farta homenagem à utopia.