Carrasco da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, Paolo Rossi, ex-atacante da “Squadra Azzurra”, morreu nesta quarta-feira (9) aos 64 anos. Natural de Prato, cidade da Toscana, Rossi deixa a mulher, Federica Cappelletti, e três filhos: Sofia Elena, Maria Vittoria e Alessandro. De acordo com informações publicadas pela imprensa italiana, a causa da morte de Paolo Rossi foi um câncer no pulmão descoberto recentemente.
Rossi foi o autor dos três gols da Itália na vitória sobre o Brasil, por 3 a 2, na Copa de 1982, no Estádio de Sarriá, em Barcelona. À época, a seleção brasileira tinha no comando o respeitado Telê Santana e contava com destacados nomes do futebol brasileiro, como Zico, Falcão, Júnior, Éder, Leandro, Serginho e Sócrates. Apesar do time de estrelas, os torcedores brasileiros foram obrigados a assistir a Itália conquistar seu tricampeonato mundial.
Naquela competição, a seleção italiana, sob o comando do técnico Enzo Bearzot, derrotou a Argentina de Maradona, a Polônia de Boniek e, na final, a Alemanha de Rummenigge. Rossi é o artilheiro da Itália em Copas do Mundo, com nove gols, ao lado de Roberto Baggio e Vieri.
A seleção italiana que conquistou o tricampeonato na Copa da Espanha tinha no time principal, além de Paolo Rossi, os jogadores Dino Zoff (goleiro), Bergomi, Gentile, Scirea, Collovati, Cabrini, Antognoni (Oriali), Tardelli, Conti e Graziani (Altobelli).
Antes do Mundial de 1982, Paolo Rossi foi acusado de envolvimento em um esquema criminoso de manipulação de resultados, escândalo conhecido como “Totonero”, em que atletas de diversos clubes italianos apostavam na Totocalcio (loteria esportiva).
Na ocasião, sete clubes foram punidos, Milan e Lazio foram rebaixados para a Serie B e jogadores foram detidos ou intimados a depor, entre eles Paolo Rossi. Em 1980, Rossi foi suspenso por três anos do futebol, mas a pena foi reduzida para dois anos, o que possibilitou sua participação na Copa da Espanha.
No futebol italiano, Paolo Rossi vestiu as camisas da Juventus, Vicenza, Perugia, Milan e o Verona. Mas foi na “Vecchia Signora”, como é conhecida a Juventus, que Rossi teve mais sucesso. Conquistou a então Copa dos Campeões da Uefa, a Recopa Europeia, a Supercopa Europeia, a Copa da Itália e duas vezes o Campeonato Italiano (Scudetto).
Rossi encerrou a carreira de jogador em 1987, quando passou a atuar como comentarista esportivo na imprensa italiana. Em 2002 lançou o livro “Ho fatto piangere il Brasile” (Eu fiz o Brasil chorar), autobiografia sobre sua trajetória nos gramados, com ênfase no jogo contra a seleção brasileira na Copa de 1982.
Em 2019, Rossi, juntamente com a mulher, que é jornalista, lançou o livro “Quanto dura um attimo” (Quanto dura um momento), que narra a trajetória de um jovem que desafiou a sorte até tornar-se uma lenda, realizando assim um sonho de criança.
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