Com queda de 6,1% em dezembro, vendas do varejo confirmam importância do auxílio emergencial

 
As vendas do comércio varejista fecharam 2020 com crescimento de 1,2%, na comparação com o ano anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Trata-se da quarta alta anual consecutiva do setor, porém o mais fraco índice dos últimos 4 anos.

Em dezembro, o comércio registrou queda de 6,1% na comparação com novembro, segundo recuo mensal seguido. Foi o maior tombo para o mês de dezembro de toda a série histórica, iniciada em 2000. Na comparação com dezembro de 2019, foi registrada alta de 1,2%, sexto índice positivo consecutivo nesse tipo de análise.

“Com o recuo de dezembro, as vendas do varejo se igualaram ao patamar de fevereiro, período pré-pandemia”, informou o IBGE. O nível de atividade do comércio varejista encerrou o ano 6,2% abaixo do patamar mais alto da série histórica, registrado em outubro de 2020.

Pesquisa da agência de notícias Reuters havia apontado que a expectativa era de queda de 0,5%, na comparação mensal, e crescimento de 6%, quando comparado ao desempenho do varejo no ano anterior.

Se por um lado os resultados do setor varejista ficaram muito abaixo do esperado, principalmente no último mês do ano, o comércio demonstrou capacidade de recuperação, após a pandemia de Covid-19 ter impactado a economia global.

 
Esse cenário, se analisado em suas minúcias, mostra de forma clara que o pagamento do auxílio emergencial foi preponderante durante a pandemia, mas o fim do benefício interferiu no desempenho do comércio em dezembro. Isso porque muitas pessoas preferiram guardar os valores da última parcela do auxílio para enfrentar o primeiro mês do ano, que normalmente é marcado pela carestia.

A retomada do auxílio emergencial, que já está sendo discutida no Congresso Nacional, precisa de decisão célere, pois muitos brasileiros caminham a passos largos na direção da miséria, algo inaceitável em um país que é considerado o celeiro do planeta.

No contraponto da nova rodada do auxílio emergencial, a situação fiscal do País não é das melhores: déficit acima de R$ 840 bilhões. Além disso, a dívida bruta do governo geral (DBGG) encostou em 96% do Produto Interno Bruto (PIB), com fôlego para ultrapassar a linha dos 100% em no máximo quatro anos.

Tal quadro mostra a necessidade de o governo adotar medidas estruturantes e sustentáveis para recuperar a economia, pois do contrário a realidade nacional tende a piorar com rapidez. A falta de empenho do governo na questão das privatizações impacta diretamente no desempenho da economia, pois faltam investimentos em segmentos importantes, como infraestrutura, por exemplo.

Com o eventual fim da crise institucional e uma clara sinalização de segurança jurídica, os investidores poderão voltar a olhar para o Brasil com a confiança de antes. Enquanto isso não acontecer, o País andará de lado.

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