A exemplo do que antecipou o UCHO.INFO em matérias anteriores, os recentes depoimentos à CPI da Covid, em curso no Senado Federal, comprometeriam sobremaneira a situação do governo e do presidente da República no âmbito do enfrentamento da pandemia.
O depoimento de Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência, foi desastroso para o governo e quase foi preso por mentir aos senadores, que confrontaram suas respostas com declarações anteriores, como as dadas durante entrevista à revista Veja.
No momento em que os senadores oposicionistas passaram a defender a prisão de Wajngarten por causa da sua insistência em faltar com a verdade, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), entrou em cena para apaziguar os ânimos.
“Não é impondo a prisão de alguém que a CPI vai dar resultado”, disse o presidente da CPI. “Se depender de mim, eu não vou mandar prender’, completou Omar Aziz.
Se por um lado disse que a prisão de um depoente desmoralizaria a CPI, por outro os senadores alegaram que desmoralização é permitir que uma testemunha minta acintosamente, mesmo quando confrontada com declarações anteriores.
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Enquanto a temperatura subia na CPI da Covid, o temor tomava conta do Palácio do Planalto, que se viu obrigado a acionar o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho “01” do presidente da República, que foi à sala da audiência para tentar reverter a decisão da maioria dos parlamentares. Flávio, que não tem moral para atacar quem quer que seja, chamou o relator Renan Calheiros (MDB-AL) de “vagabundo”, que por sua vez retrucou o ataque.
“Imagina um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros”, disse Flávio Bolsonaro, que continua devendo aos brasileiros explicações sobre as “rachadinhas”, a meteórica evolução patrimonial e a compra de uma mansão em Brasília, negócio que continua no campo da nebulosidade.
A incurso de Flávio não causa surpresa, pois, como reza a sabedoria popular, “o fruto não cai longe da árvore”. Ou seja, o senador fluminense é reflexo do pai, que recorre ao discurso chulo e rasteiro quando se vê acuado. A sessão foi suspensa por causa do entrevero entre Calheiros e Flávio, podendo ser retomada a qualquer momento.
A cúpula do governo Bolsonaro já percebeu que o resultado da CPI será desfavorável, principalmente para o presidente da República, por isso tentam criar factoides para desacreditar as investigações. Prova disso foi a declaração de Flávio Bolsonaro, para quem a CPI deveria solucionar a falta de vacinas no País. Na verdade, esse papel não cabe ao Parlamento, mas a um governo negacionista e incompetente que apostou na imunidade de rebanho para vencer a pandemia.
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