Alexandre de Moraes determina prisões e buscas ligadas a atos violentos a favor do governo Bolsonaro

 
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou prisões preventivas e o bloqueio de contas bancárias de pessoas acusadas de ameaçarem integrantes do Corte e de prepararem atos de violência nas manifestações a favor do governo Bolsonaro, marcadas para esta terça-feira (7).

As medidas, que visam garantir a ordem pública e evitar atos criminosos e atentatórios ao Estado de Direito e às instituições democráticas, têm sido cumpridas desde o último domingo, no âmbito do inquérito aberto em agosto no STF sobre a organização de atos contra a democracia.

O ministro ordenou o cumprimento de mandado de prisão do bolsonarista Márcio Giovanni Niquelatti, conhecido como “professor Marcinho” nas redes sociais, após ele ameaçar de morte o próprio Moraes em transmissão ao vivo. Também foi preso, após requerimento da PGR, Cassio Rodrigues de Souza, suposto policial militar que também lançou ameaças ao magistrado.

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, também a pedido da PGR. Entre os alvos estavam o prefeito de Cerro Grande do Sul (RS), Gilmar João Alba, que havia sido pego com R$ 502 mil em dinheiro no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 26 de agosto. Os procuradores suspeitam que esse montante seria destinado ao financiamento das manifestações bolsonaristas de 7 de setembro.

 
A PGR pediu que Alba explique uma possível ligação entre o sindicato nacional dos caminhoneiros e a Associação Nacional dos Produtores de Soja (Aprosoja), que também foi alvo de buscas, assim como sua ramificação no Mato Grosso, a Aprosoja-MT.

O ministro do Supremo também determinou o bloqueio de chaves PIX e contas bancárias de várias pessoas jurídicas supostamente envolvidas no financiamento de atos violentos e antidemocráticos planejados para o “7 de Setembro”, entre estas, a Aprosoja e a Aprosoja-MT.

O bloqueio também é válido para saques de fundos em que essas pessoas jurídicas detenham participação, até o dia seguinte às manifestações. Dessa forma, quaisquer valores transferidos a partir dessas contas bancárias para outras entidades ou terceiros, desde o dia 10 de agosto, devem ser identificados e informados.

Na última sexta-feira (3), Polícia Federal prendeu o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo, também investigado no inquérito sobre a organização de atos contra a democracia e o Estado de Direito.

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