Alçado à categoria de “Posto Ipiranga” do pré-candidato presidencial Sérgio Moro, a exemplo do que ocorreu em 2018 com Paulo Guedes, o economista Affonso Celso Pastore afirmou, na quinta-feira (18), que o auxílio emergencial de R$ 600 foi pago a muito mais pessoas do que deveria, sinalizando um dos principais erros do governo Jair Bolsonaro na área fiscal.
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, Pastore disse: “Não preciso ir muito longe para dizer que houve um enorme desperdício na utilização dos recursos”, disse Pastore em audiência pública na Câmara dos Deputados, da qual participou de forma virtual.
Teorias macroeconômicas gestadas em gabinetes ou em elegantes salas nos centros financeiros do País são utópicas e presas fáceis para o cadafalso da realidade. Pastore comete o mesmo erro de Guedes, que na última campanha presidencial tratou de demonizar a situação econômica brasileira, como se tivesse no bolso do paletó uma varinha de condão.
Independentemente de esquerda ou direita, o Brasil precisa ser olhado a partir de um prisma social, pois, como sempre ressalta o UCHO.INFO, não se pode falar em desenvolvimento econômico quando dois terços da população recebem menos de dois salários mínimos por mês. Não se trata de incentivar os gastos públicos e a desobediência fiscal, mas de ater-se à dura e grave realidade que afeta o cotidiano dos brasileiros.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (19), os efeitos provocados pela pandemia do novo coronavírus na economia brasileira levaram a uma queda recorde e generalizada da renda média no País em 2020. O IBGE mostra que o rendimento médio mensal do brasileiro atingiu o menor valor desde 2012.
Os dados apontam que o rendimento mensal médio real de todas as fontes passou de R$ 2.292 em 2019 para R$ 2.213 – menor valor desde 2013, quando era estimado em R$ 2.250 (já descontada a inflação do período). O recuo corresponde a uma queda de 3,4%, a mais intensa da série histórica da pesquisa iniciada em 2012.
Muito além de palavrórios messiânicos fermentados por interesses eleitorais, o Brasil espera de qualquer postulante ao Palácio do Planalto e de seus mentores propostas econômicas factíveis, capazes de tirar a população do atoleiro da crise.
Se por um lado a pobreza cresceu durante a pandemia, por outro a miséria avançou sem piedade na direção do brasileiro. Criticar o auxílio emergencial quando 19 milhões de pessoas estão a passar fome é no mínimo comportamento mefistotélico. O País não mais suporta profetas do apocalipse nem mágicos de camelô.
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