O Superior Tribunal Eleitoral (TSE) convidou a União Europeia para observar as eleições nacionais do Brasil, que ocorrerão em outubro – o primeiro turno está marcado para o dia 2 de outubro, e o segundo, para o dia 30 do mesmo mês. A informação foi divulgada nesta terça-feira (12) por jornalistas da agência de notícias Reuters.
Vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelos setores de política externa e de segurança do bloco, o espanhol Josep Borrell respondeu ao TSE em março, agradecendo o convite e informando que consultaria os 27 estados-membros da UE e também o Parlamento Europeu.
A UE já estaria preparando um plano para enviar representantes como observadores das eleições nacionais no Brasil. A Embaixada da UE em Brasília, no entanto, não comentou o convite – atitude idêntica tomou o gabinete do presidente Jair Bolsonaro.
O TSE informou que também convidou outras instituições internacionais para o envio de emissários ao Brasil. Entre elas, a Organização dos Estados Americanos (OAS), o Centro Carter, o parlamento do grupo Mercosul e a Fundação Internacional de Sistemas Eleitorais (IFES), que tem sede em Washington. A aceitação dos convites, no entanto, ainda está em negociação.
“A Organização dos Estados Americanos já havia sido convidada para observar as eleições de 2018 e 2020. Este ano, estamos convidando outras instituições”, declarou um funcionário do TSE.
Questionamentos sem provas
Nos últimos anos, mesmo com a vitória nas eleições de 2018, o presidente Jair Bolsonaro tem constantemente criticado o sistema eleitoral brasileiro. As críticas são direcionadas principalmente para o voto por meio da urna eletrônica. Nenhuma das alegações, no entanto, foi comprovada.
Depois de mais de um ano dizendo que tinha provas sobre as supostas fraudes, Bolsonaro admitiu, em 29 de julho do ano passado, que não tinha evidências de que as últimas eleições presidenciais haviam sido fraudadas.
Em transmissão pela internet, o presidente exibiu uma série de teorias falsas, cálculos equivocados e vídeos antigos, os quais já haviam sido verificados e desmentidos, mas que ainda circulavam na rede mundial de computadores como supostas provas de fraude no sistema eleitoral.
Na ocasião, o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desmentiu no Twitter e em seu site alegações feitas por Bolsonaro durante a transmissão.
Mais adiante, em 10 de agosto, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, bandeira defendida pelo presidente da República, foi rejeitada no plenário da Câmara dos Deputados e, consequentemente, arquivada.
Causa espécie o fato de Bolsonaro colocar em xeque a confiabilidade das urnas eletrônicas, já que ele e os filhos conquistaram mandatos eletivos a partir do atual sistema eleitoral. Além disso, Bolsonaro chegou ao Palácio do Planalto após ser eleito pelo mesmo sistema.
O absurdo discurso do chefe do Executivo de que teria vencido a eleição de 2018 ainda no primeiro turno é mais um delírio do governante que nada fez em prol do País e teme ser derrotado nas urnas.
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