São Sebastião: governador e prefeito adotam medidas de prevenção depois da tragédia consumada

 
Em matéria anterior afirmamos e comprovamos que a tragédia de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, poderia ser evitada, mas a omissão criminosa das autoridades acabou prevalecendo. A irresponsabilidade dos governantes colaborou de forma significativa para 55 mortes, dezenas de desaparecidos e mais de 4 mil pessoas desalojadas e desabrigadas.

No Brasil, em especial na seara política, prevalece a o dito popular de que “coloca-se a tranca na porta após a casa ser arrombada”. Assim agem os políticos, que surgem em cena, via de regra a reboque de promessas mirabolantes, para justificar aquilo que não tem justificativa.

A Prefeitura de São Sebastiao alega que enviou por celular um alerta sobre a possibilidade de deslizamento de terra, mas os moradores das áreas de risco afirmam não ter recebido a mensagem. Os governos estadual e municipal foram comunicados com 48 horas de antecedência sobre a tempestade do último final de semana, mas não tomaram qualquer providência para evitar o pior.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que transferiu temporariamente seu gabinete para São Sebastião, disse que nas áreas de risco da cidade litorânea serão instaladas sirenes para avisar os moradores quando houver a possibilidade de deslizamento de terra.

 
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É importante destacar que a simples instalação de sirenes não garante a integridade dos moradores das áreas de risco, que sequer deveriam estar vivendo nas encostas do morro. É preciso treiná-los para situações de emergência e definir um local para onde tais pessoas devem ir e se abrigar.

Não se pode esquecer a tragédia ocorrida na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, em 2020, quando 45 pessoas morreram em decorrência de deslizamento de terra em área de risco – 34 mortes no Guarujá, 8 em Santos e 3 em São Vicente. Desde então, pouco ou nada foi feito para evitar a repetição da catástrofe. Realizar obras para maquiar um problema crônico nada resolve, pois é preciso que os moradores sejam transferidos para locais minimamente seguros.

A irresponsabilidade deliberada das autoridades estaduais e municipais está patente, por essa razão tenta-se mostrar à opinião pública que algo está sendo feito para evitar tragédias futuras. A grande questão é que se a catástrofe não poderia ser evitada, a tragédia certamente poderia ser minimizada.

Considerando que o governo de São Paulo conseguiu decisão judicial que autoriza a remoção à força de moradores que se recusam a deixar suas casas em áreas de risco, por certo uma medida semelhante permitiria o bloqueio das estradas diante da iminência de uma catástrofe.


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