O bolsonarismo é um movimento inegavelmente fascista, cujos integrantes sofre de esquizofrenia político-ideológica. O devaneio é tamanho, que tratamento psiquiátrico talvez não resolva. É caso de internação.
No domingo (9), em ato convocado pela ainda deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), na Avenida Paulista reuniram-se algumas poucas centenas de bolsonaristas, os quais ainda não assimilaram a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas e o fracasso da criminosa tentativa de golpe de Estado.
No ato visivelmente esvaziado, os bolsonaristas atendiam ao som emanado pelo berrante dos golpistas que se aglomeravam em cima de um carro de som estacionado em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP). Como reses de obediente manada, repetiam as falas dos líderes.
O grupo protestou contra o atual governo e pediu a saída do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Pífia, a manifestação serviu para os bolsonaristas cobrarem liberdade e defenderem o Estado Democrático de Direito. Em suma, os hipócritas apoiaram um fracassado golpe de Estado, mas ousam falar em liberdade e democracia.
Um dos participantes do evento golpista tentou transferir ao presidente Lula a culpa pela tragédia climática no Rio Grande do Sul, como se o negacionismo criminoso do governo Bolsonaro não tivesse contribuído para o maior desastre ambiental da história gaúcha. “Passaram a boiada”, como sugeriu Ricardo Salles, o defensor dos contrabandistas de madeira, mas agora quere responsabilizar o governo petista.
O devaneio bolsonarista não parou por aí. O locutor foi além e disse que por sorte Lula não era presidente da República por ocasião da pandemia de Covid-19, pois, segundo o golpista, a tragédia teria sido maior. Bolsonaro, que deu as costas às vacinas e defendeu o uso de cloroquina e outros medicamentos ineficazes contra o coronavírus, é responsável por boa parte das mais de 700 mil mortes pela doença. Mesmo assim, os bolsonaristas creem que a atuação do ex-presidente foi exemplar durante a pandemia.
Deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Marcel van Hattem (Novo) aproveitou o evento para regurgitar pílulas de delinquência intelectual. O parlamentar, que nas redes sociais se apresenta como jornalista e cientista político, precisa urgentemente voltar aos bancos da escola.
Ultrapassa as fronteiras do absurdo um cientista político que acusa o governo federal de estar “roubando” na importação de arroz para manter os estoques nacionais e evitar impacto na inflação. O governo terá prejuízo ao revender o arroz ao consumidor, mas o deputado gaúcho demonstra ser fã da mentira. Não gostar do Lula e da esquerda é direito de qualquer cidadão, mas mentir é algo doentio.
Em cima de um carro elétrico, o deputado Marcel van Hattem criticou o ministro do Supremo e puxou coro de “Fora, Xandão” durante a manifestação. Foi aplaudido e acompanhado pelos participantes do ato.
“Apesar de eu achar que não é Xandão coisa nenhuma, é Xandinho. Porque quem usa do seu poder para abusar dele e pisar em cima, covardemente, ilegal e inconstitucionalmente, é Xandinho, é pequeno, é minúsculo”, afirmou.
Concluindo, a escumalha do bolsonarismo se alimenta no fétido cocho da versão tropicalista do fascismo. Não passarão! (Fotos – Divulgação)
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