Movimentos políticos de bolsonaristas comprovam que ameaça de golpe continua rondando o Brasil

 
A fracassada tentativa de golpe de Estado liderada por Jair Bolsonaro parece não ter incomodado os brasileiros. Talvez esse comportamento decorra do fato de que boa parcela da sociedade não enfrentou as agruras da ditadura militar ou já não se recorda do período mais sombrio da história nacional.

Comandado por Valdemar Costa Neto, cujo currículo dispensa apresentações, o Partido Liberal tem usado o horário político para informar que se Bolsonaro não for candidato à Presidência em 2026, caberá a ele a escolha dos nomes que formarão a chapa da legenda que concorrerá ao Palácio do Planalto.

Trata-se de ume escárnio que deveria ser rechaçado por toda população, pois um golpista não pode decidir o futuro do País. Não bastasse tamanho absurdo, Bolsonaro indicou o candidato a vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB), de São Paulo, que disputará a reeleição. O indicado é o Ricardo Mello Araújo, coronel da reserva da Polícia Militar paulista e ex-integrante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), batalhão de choque conhecido pela truculência.

Não é preciso esforço do raciocínio para prever o que acontecerá na maior cidade brasileira. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), bolsonarista de primeira hora e responsável pelo anúncio do vice de Ricardo Nunes, mantém na Secretaria da Segurança Pública do estado ninguém menos que Guilherme Derrite, ex-comandante da Rota e adepto da violência policial. Para Derrite, o bom policial deve ter no currículo ao menos três mortes no período de cinco anos.


 
Todavia, o absurdo avança a passos largos. Líder da bancada ruralista no Congresso Nacional, o deputado federal Pedro Lupion (PP-PR) trabalha nos bastidores da política para aprovar o projeto que concede anistia a Bolsonaro, o que permitira sua candidatura à Presidência em 2026. É o que informa a jornalista Andreza Matais, colunista do UOL.

“Vamos trabalhar para isso. Eu não sei como os partidos do centrão vão reagir, mas os parlamentares sobre os quais eu tenho influência, vou trabalhar para que ele possa ser aprovado”, afirmou Lupion em entrevista ao UOL.

Jair Bolsonaro empurrou o Brasil na direção do retrocesso, ameaçando constantemente a democracia durante o mandato, mas há quem defenda seu retorno ao Palácio do Planalto. A conjunção dos citados movimentos confirma afirmação reiterada do UCHO.INFO: a ameaça de golpe ainda ronda o País.


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