Em 2022, quando lançou candidatura ao Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha ciência de que, caso eleito, enfrentaria desafios dos mais diversos ao longo do terceiro mandato. Depois da corrida presidencial, o UCHO.INFO noticiou que um ex-presidente da República disse ao petista que ele teria a pior passagem pela Presidência.
Tal previsão estava calcada não apenas na experiência política do ex-mandatário, mas na polarização política que tomou conta do País e na crise econômica deixada pela pandemia de Covid-19. O referido cenário ganhou força na esteira da monumental incompetência de Jair Bolsonaro, populista que fracassou solenemente em tentativa de golpe de Estado.
Ao longo da campanha presidencial de 2022, Lula também tinha conhecimento das regras envolvendo a direção do Banco Central, aprovadas pelo Congresso Nacional.
Não há dúvida que o mercado financeiro abriga diversos especuladores, muitos dos quais com acesso livre aos órgãos de imprensa, mas querer mudar as regras do jogo com o mandato em curso é irresponsabilidade política.
As críticas do presidente Lula ao Banco Central, em especial a Roberto Campos Neto, em nada contribuem para a melhora da economia brasileira, pelo contrário. A alta do dólar nos últimos dias decorreu das declarações irresponsáveis do petista, que tenta agradar uma parcela da população, com foco nos adeptos da esquerda.
Governar um país com as dimensões e os problemas do Brasil não é tarefa fácil, mas é preciso sensibilidade política para vencer as tempestades do cotidiano. De nada adianta criticar o BC na esperança de que a taxa básica de juro será reduzida a fórceps. Isso só acontecerá com a redução de gastos e o cumprimento da meta fiscal.
Lula reúne-se nesta quarta-feira com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para encontrar uma maneira de frear a disparada do dólar, mas para isso é necessário que o governo cumpra o seu papel, reduzindo despesas, fazendo investimentos e enfrentando a voracidade criminosa do chamado “centrão”, que cobra valores cada vez maiores para aprovar matérias de interesse do Palácio do Planalto.
Considerando que o orçamento federal está engessado por conta das despesas obrigatórias, que o governo busque soluções para encontrar possibilidade de investimentos, permitindo que a economia retome o ritmo de crescimento. O primeiro passo é acabar com as verbas irregulares destinadas a parlamentares que “vendem” apoio ao governo. O orçamento secreto, por exemplo, é um escárnio sem precedentes na história nacional.
É importante destacar que se o Partido dos Trabalhadores quer ressurgir das cinzas depois dos escândalos de corrupção, que se reinvente como legenda de forma pragmática, não defendendo enxurradas de investimentos sem que exista dotação orçamentária para tanto.
Por outro lado, retomando a questão da disparada do dólar, o mercado financeiro não pode defender o corte de investimentos nas áreas da saúde e educação como forma de perseguir o equilíbrio fiscal. Os agentes do mercado vivem uma realidade paralela, sempre com frases prontas e teorias absurdas, ignorando a realidade do cotidiano brasileiro.
Alguns apoiadores do governo defendem a tese de que a crise decorrente das declarações de Lula pode cessar com a indicação do nome do próximo presidente do Banco Central. Essa estratégia é obtusa e não carrega soluções práticas.
No contraponto, Roberto Campos Neto foi impudente ao declarar, durante jantar no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, que aceitaria ser ministro da Fazenda caso o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas seja eleito presidente da República. Campos Neto nega tal declaração, mas quem participou do regabofe garante que o presidente do BC fez tal afirmação.
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