ONU denuncia prisão de quase 200 venezuelanos; um dos líderes da oposição foi sequestrado

 
O Escritório da Organização das Nações Unidas para Direitos Humanos denunciou a repressão na Venezuela após a eleição fraudulenta do último final de semana, cujo resultado fraudulento apontou a reeleição do tiranete Nicolás Maduro. O órgão da ONU pede transparência no sistema de apuração e cobra investigações sobre violações de direitos humanos.

Como informamos em matéria anterior, ocorreram pelo menos sete mortes relacionadas à corrida presidencial venezuelana, cujo resultado continua repercutindo internacionalmente.

Liderada por Maria Corina Machado, a oposição, que afirma ter vencido a eleição, convocou novos protestos contra a suspeita reeleição de Nicolás Maduro. O número de mortos consta em relatórios da Pesquisa Nacional de Hospitais e da ONG Foro Penal.

“Estou extremamente preocupado com o aumento das tensões na Venezuela, com relatos preocupantes de violência desde a eleição do último domingo”, disse Volker Turk, alto comissário da ONU para Direitos Humanos.

“Manifestações estão ocorrendo em pelo menos 17 dos 24 estados da Venezuela, incluindo a capital. Centenas de pessoas foram presas, inclusive crianças”, denunciou. “Isso me preocupa profundamente”, disse Turk.


 
Como informou o jornalista Jamil Chade, do UOL, o alto comissário responsabilizou o governo truculento de Nicolás Maduro. Ele se disse “alarmado com os relatos de uso desproporcional da força pelos agentes da lei, juntamente com a violência de indivíduos armados que apoiam o governo, conhecidos como coletivos”.

“Vários manifestantes foram feridos por armas de fogo, com uma morte confirmada em 29 de julho. Outras alegações ainda estão pendentes de verificação”, afirmou.

Oposicionista sequestrado e preso

Além das sete mortes registradas, 123 pessoas ficaram feridas durante as manifestações de segunda-feira (29). De acordo com o governo venezuelano, 749 pessoas foram presas. O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, apontou que os manifestantes presos poderão responder “atos de terrorismo e instigação do ódio”.

A ditadura de Nicolás Maduro prendeu Freddy Superlano, um dos líderes da oposição venezuelana, de acordo com informações do seu partido, o Voluntad Popular (VP), publicadas na plataforma X (antigo Twitter). A legenda faz parte da coalizão oposicionista Plataforma Unitária, de María Corina Machado.

“Devemos denunciar responsavelmente ao país que há poucos minutos o nosso coordenador político nacional, Freddy Superlano, foi sequestrado”, afirmou o partido.

A prisão ocorre em momento extremamente delicado na Venezuela, com protestos que se espalharam por todo o país desde segunda-feira, após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarar, no domingo (28), que Nicolás Maduro venceu as eleições com 51% dos votos. O resultado foi contestado por María Corina Machado.


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