Democracia epiléptica

(*) Gisele Leite

O atual Presidente da República do Brasil está literalmente “pisando em ovos” em face das eleições venezuelanas, na qual Nicolás Madura se julga reeleito com pouco mais de cinquenta e um por cento de votos. Há relatos de que o regime chavista cria enormes óbices para haver acesso de eleitores as urnas, o que prejudica internacionalmente a sua legitimidade.

A grande diferença entre nosso país e a Venezuela está no fato de não seguirmos o destino autoritário bem como a inexistência de uma Justiça Eleitoral tendenciosa.

Em Caracas, o Conselho Eleitoral Nacional (CEN) continua aparelhado por partidários chavistas depois de mais de vinte e cinco anos desde que o fundador de tal tendência política, o ex-militar Hugo Chávez chegou ao poder pelo voto direto. Lembremos que 1992 havia liderado uma tentativa de golpe que foi malsucedida. E, foi preso em seguida, e voltou ao jogo político depois de uma anistia.

Além de criar limitações aos eleitores de oposição para comparecer às urnas, a ilegitimidade das eleições venezuelanas decorre do caráter autoritário do regime venezuelano. E, para se manter no poder, o chavismo negou a Maria Corina Machado, principal líder oposicionista, o registro de sua candidatura.

E, assim, as principais forças de oposição indicaram o diplomata aposentado Edmundo Gonzalez, que teria obtido apenas 44% de votos, segundo dados oficiais fornecidos pelo CEN. Na vigente conjura, é impossível auditar os resultados, em face das limitações impostas por Maduro quanto à participação de observadores internacionais do pleito.

Apelamos por coerência política e o atual Presidente da República deve ser cauteloso sobre o tema, pois poderia produzir nova crise migratória que nos afetaria muito, além de afetar as pretensões territoriais sobre à Guiana Essequiba que reúne cerca de setenta por cento de todo território da Guiana, cujo acesso para fins militares depende da passagem de tropas pelo território brasileiro. Não podemos olvidar que Maduro é resultante de autoritarismo bem similar ao ex-Presidente da República, e o eventual apoio de Lula poderá comprometer não apenas a políticas, mas, sobretudo, as relações internacionais na América Latina.

A fala recente do atual Presidente da República sobre a eleição venezuelana teve repercussão negativa e cerca de 3.700 reportagens apontaram de forma negativa. Principalmente por divulgar nota reconhecendo a reeleição do presidente venezuelano.

A epilepsia é alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, pode decorrer de lesão cerebral, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma infecção, tal como meningite, neurocisticercose (ovos de solitária) no cérebro, abuso de bebidas alcoólicas e drogas. Ou ainda, decorrente de algo que aconteceu antes ou durante o parto.

A crise convulsiva é a forma mais conhecida como ataque epiléptico e, nesse tipo de crise a pessoa poderá cair no chão, apresentar contrações musculares por todo o corpo, mordedura da língua, salivação intensa, respiração ofegante e, por vezes, até urinar.

Importante ressaltar que a saliva do epiléptico não transmite a sua doença, em hipótese alguma.

O tratamento das epilepsias é realizado por meio de medicação que evitem descargas elétricas anormais no cérebro. Talvez, as democracias precisem ser remediadas através de impedir crises elétricas ou conturbações extraordinárias que atingem sempre o mais pobre, o mais frágil e, o cidadão órfão de seus direitos e garantias.

(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.

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