Boletim Brasil em Paris – XV

 
Vôlei de praia feminino

No fim da noite parisiense, iluminada pela Torre Eiffel, ninguém brilhou mais na quadra de vôlei de praia do que Duda e Ana Patrícia. As brasileiras derrotaram as canadenses Melissa e Brandie por 2 sets a 1 (26-24, 12-21, 15-10) e conquistaram o ouro olímpico.

Após a vitória na estreia da modalidade, em Atlanta, em 1996, as mulheres do Brasil passaram seis edições sem subir no degrau mais alto do pódio, jejum que se encerra com a conquista em 2024.

Duda e Ana Patrícia agora somam o título olímpico ao mundial conquistado em 2022. A parceria, vice-campeã do mundo no ano passado, confirma o status de equipe mais forte do planeta.

Elas igualaram Jacqueline e Sandra, campeãs olímpicas há 28 anos, em uma decisão brasileira contra Adriana Samuel e Mônica. Desde aquela edição, as mulheres brasileiras pararam por três vezes na final olímpica, em Sydney (2000), Atenas (2004) e no Rio de Janeiro (2016).

Canoagem

O canoísta Isaquias Queiroz conquistou a medalha de prata na categoria C1 1000 metros, nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Com o feito, ele conquista sua quinta medalha olímpica, ficando atrás apenas da ginasta Rebeca Andrade, com seis medalhas.

Em uma corrida emocionante, no Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, o canoísta conseguiu sair da quinta posição, a mais de 2 segundos do líder, para chegar em segundo lugar, atrás apenas de Martin Fuksa, da República Tcheca. O bronze ficou com Serghei Tarnovschi, da Moldávia.

Para se ter uma ideia do alto nível da prova, o tempo obtido pelo medalhista de ouro foi a melhor marca olímpica de todos os tempos, com 3m43s16. Na modalidade não se usa o termo “recorde” em função das diferentes condições náuticas de cada prova. O brasileiro marcou 3m44s33; e Tarnovschi fechou a prova com o tempo de 3,44s68.

No início da corrida, Isaquias ficou posicionado no segundo pelotão, disputando a quarta posição, a cerca de 1 segundo do tcheco, que já despontava na liderança. Isquias estava em quinto lugar quando a prova chegava na metade (500 metros).

Conforme o esperado, foi a partir desse momento que o brasileiro começaria a se destacar. No último quarto da prova (750m), já se percebia a recuperação do brasileiro, que estava em quarto, diminuindo a diferença para os líderes.

Atletismo – 400 metros com barreiras

Alison dos Santos, o Piu, chegou para a final olímpica dos 400 metros com barreiras com um novo visual: o cabelo pintado de roxo. “A pista é roxa, praticamente toda a tematização dos Jogos Olímpicos foi roxa também, e minha cor favorita é roxa. Então eu falei: Ah, por que não, tá ligado?”

Cor do cabelo à parte, Piu deixou o Stade de France com a segunda medalha de bronze no peito, repetindo o resultado da Olimpíada Tóquio.

Seu tempo foi de 47s26. Ouro e prata ficaram com seus grandes rivais, que inverteram as posições do pódio de Tóquio. Desta vez, o ouro ficou com o americano Rai Benjamin, em 46s46, e a prata com o norueguês Karsten Warholm, em 47s06.

Maratona aquática

O nadador Guilherme Costa, o Cachorrão, foi o único brasileiro a participar da maratona aquática masculina na Olimpíada de Paris. É a primeira vez que ele, especialista em provas de média e longa distância nas piscinas, participa da modalidade em Olimpíadas. Cachorrão não conseguiu completar o percurso de 10 km, e abandonou a disputa.

Após a largada dos 31 competidores na ponte Alexandre III, sobre o rio Sena, o brasileiro não conseguiu se manter junto ao pelotão de liderança da prova. Ao longo do trajeto, a melhor colocação de Guilherme Costa foi o 14º lugar. Aos poucos ele foi cansando e ficando para trás. O brasileiro desistiu da prova durante a quarta das seis voltas do percurso, quando já tinha alcançado a marca de 6,6km nadados após 1 hora e 16 minutos nas águas do Sena.

A maratona aquática foi a quinta prova que Cachorrão competiu nos Jogos de Paris. Ele foi finalista e terminou na quinta colocação nos 400m estilo livre. Ainda nas piscinas no estilo livre, ele participou dos 200m, 800m e do revezamento 4x200m masculino.

Ginástica rítmica – equipe

O melhor momento da história da ginástica rítmica do Brasil não vai se transformar em pódio olímpico na competição por conjunto. A lesão de Victória Borges, uma das integrantes da equipe nacional, fez com que o país recebesse uma nota muito abaixo do padrão na rotina mista, de bolas e fitas, acabando com as chances de classificação à final da modalidade.

O conjunto do Brasil, formado por Victória, Maria Eduarda Arakaki, Deborah Medrado, Sofia Pereira e Nicole Pircio, chegou a Paris como um dos candidatos a subir ao pódio olímpico por equipes da ginástica rítmica pela primeira vez. A primeira apresentação na fase classificatória foi no conjunto simples de cinco arcos.

O cenário mudou antes da segunda apresentação no conjunto misto, de três fitas e duas bolas. Uma das integrantes do quinteto, Victória Borges, sentiu uma contratura muscular na panturrilha durante o aquecimento, poucos minutos antes de entrar em quadra. A atleta subiu no tablado mancando e, mesmo com dores, fez questão de participar da rotina junto com as demais companheiras. Na ginástica rítmica não existe a possibilidade de troca de atletas por uma reserva após o início da competição.

Ao término da apresentação, as meninas não seguraram a emoção. Victoria precisou ser amparada para deixar o tablado. Como esperado, a nota para o conjunto do Brasil foi baixa: 24.950.

Ao fim de todas as apresentações, a equipe brasileira obteve o somatório de 60.900 e terminou na 9ª colocação, fora da zona de classificação à final. O time da Bulgária avançou como o primeiro colocado geral, com nota total de 70.400.

Ginástica rítmica – individual

A curitibana Bárbara Domingos, de 24 anos, ficou na 10ª posição na final do individual geral da ginástica rítmica na Olimpíada de Paris. A competição premiou a ginasta mais completa da modalidade. Babi já havia feito história na quinta-feira (8) ao se tornar a primeira brasileira a se classificar para a decisão por medalhas na disputa individual.

No somatório final a brasileira anotou 123.100. A medalha de ouro foi para a ginasta alemã Darja Varfolomeev (142.850). A prata ficou com Boryana Kaleyn (140.600), da Bulgária, e a italiana Raffaeli Sofia (136.300) completou o pódio com o bronze.

Taekwondo

O taekwondo do Brasil encerrou a participação nos Jogos Olímpicos de Paris com uma medalha de bronze. Nesta sexta-feira (9), dia seguinte à conquista da medalha pelo paraibano Edival Marques, o Netinho, foi a vez de Caroline Santos, a Juma, e de Henrique Marques estrearem no ringue montado no Grand Palais, museu adaptado para receber a competição.

Na categoria até 67 quilos para mulheres, Caroline Santos teve como adversária Sasikarn Tongchan, da Tailândia. A brasileira acabou derrotada por 2 a 0 e precisava aguardar pelo desempenho da tailandesa para saber se teria o direito de disputar a repescagem. Isso aconteceria caso Tongchan chegasse à final. Mas a atleta da Tailândia foi derrotada nas quartas de final, o que causou a eliminação automática da brasileira.

A situação foi parecida com a de Henrique Marques na categoria até 80 kg para homens. A diferença é que o atleta nascido na cidade de Itaboraí venceu a luta de estreia por 2 a 0 sobre Saleh El-Sharabaty e avançou para as quartas de final. No segundo combate, Henrique não conseguiu vencer o sul-coreano Seo Geo-woo, que saiu vitorioso por 2 a 0. O brasileiro passou a torcer para Geo-woo chegar à luta do ouro e pudesse ser puxado para a repescagem. Porém, o atleta do Coreia do Sul foi derrotado na semifinal, deixando o brasileiro fora da briga pelo bronze.


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