Mulheres garantem maioria das medalhas do Brasil em Paris

 
A campanha brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris terminou no domingo (11) dominada pelas mulheres, responsáveis por 12 das 20 medalhas conquistadas pela delegação verde-louro. Todos os três ouros da delegação brasileira foram conquistados por mulheres: Beatriz Souza no judô, Rebeca Andrade na ginástica artística e Ana Patrícia e Duda no vôlei de praia.

Pela primeira vez em mais de cem anos de participações do país em Olimpíadas, a delegação do Brasil teve mais mulheres do que homens: 153 contra 126, uma fatia correspondente a 55% do total – superior aos 47% nos Jogos de Tóquio, há três anos.

Além dos três ouros, o Brasil terminou os jogos com sete medalhas de prata e dez de bronze, resultando na segunda melhor participação do país em Jogos, atrás apenas das 21 medalhas conquistadas em Tóquio há três anos. Mas, na contagem de ouros, o país ficou aquém das sete conquistadas tanto no Japão quanto nos Jogos do Rio em 2016.

Os Jogos de Paris também coroaram Rebeca Andrade como a maior medalhista olímpica do País, agora com seis no total, ultrapassando Robert Scheidt e Torben Grael, antigos detentores da posição. Na capital francesa, a ginasta protagonizou alguns dos principais momentos da Olimpíada ao rivalizar com a atleta americana Simone Biles. A brasileira levou a melhor no solo, ganhando o ouro e conquistou prata no individual geral e no salto e bronze por equipes.


 
O primeiro ouro do Brasil em Paris veio com Beatriz Souza na categoria pesado do judô. Já o ouro conquistado por Duda e Ana Patrícia deu fim a um jejum de 28 anos sem mulheres brasileiras subirem ao lugar mais alto do pódio no vôlei de praia olímpico. No surfe, a prata de Tatiana Weston-Webb foi a primeira medalha de uma mulher brasileira na modalidade.

Na coletiva de imprensa convocada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), no domingo, para fazer um balanço da campanha brasileira em Paris, o papel dominante das mulheres nos resultados brasileiros foi abordado.

“Há dois ciclos olímpicos, o COB começou a investir especificamente nas mulheres. Não só atletas, mas também para tentar aumentar o número de treinadoras e gestoras. O que vimos aqui em Paris no esporte reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo” disse Mariana Mello, subchefe da Missão Paris 2024 e gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo do COB.

O chefe da missão e diretor-geral do COB, o ex-medalhista olímpico Rogério Sampaio, também destacou a performance das mulheres brasileiras.

“Queremos sempre ultrapassar barreiras, quebrar recordes, vencer sempre. Acho que nesses Jogos Olímpicos conseguimos quebrar alguns desses recordes, algumas dessas barreiras, principalmente no que diz respeito ao esporte feminino, o que nos deixa bastante satisfeitos”, afirmou Sampaio. (Com ABr e Reuters)


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