Israel ataca alvos no Iêmen; massacre no Líbano continua

 
A Força Aérea israelense bombardeou neste domingo (29), no oeste do Iêmen, usinas de energia e um porto utilizado pelos houthis, aliados do Irã. Na véspera, a milícia rebelde afirmou ter atingido com um míssil o Aeroporto Ben Gurion.

“Numa operação aérea de ampla escala, hoje dezenas de veículos da Força Aérea, inclusive jatos de combate, aviões de abastecimento e de reconhecimento, atacaram alvos de uso militar do regime terrorista houthi nas áreas de Ras Issa e Hodeida, no Iêmen”, anunciou o porta-voz das Forças de Defesa Israelenses (IDF), capitão David Avraham.

Em julho, em retaliação por uma ofensiva com drones fatal dos houthis em Tel Aviv, os militares israelenses já haviam bombardeado a cidade portuária de Hodeida, provocando um incêndio de grande escala e seis mortes.

Morto mais um comandante do Hezbollah

Enquanto isso, no Líbano, foi morto mais um membro do alto escalão do Hezbollah. Segundo o Exército israelense, Nabil Kaouk, vice-chefe do conselho central da milícia islâmica, foi morto em ataque aéreo no sábado, num subúrbio da capital Beirute.

Israel segue realizando dezenas de novos ataques contra alvos do Hezbollah no Líbano, dois dias após matar o líder do grupo, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao sul da capital Beirute. De acordo com os militares, os ataques visaram “edifícios onde estavam armazenadas armas e estruturas militares da organização”.

Um dos bombardeios aéreos aconteceu na região no nordeste do Líbano e matou 11 pessoas na manhã deste domingo, segundo informou a agência Associated Press (AP).

Israel tem desferido massivos ataques diários contra o grupo extremista, iniciados em 18 de setembro com pagers explosivos, no que tem sido a maior escalada de violência em um ano de conflito no Oriente Médio, que já matou mais de 1.200 israelenses e 40 mil palestinos. Segundo as autoridades do país, mais de 700 libaneses foram mortos só nesta semana.

O chefe de refugiados da ONU, Filippo Grandi, afirma que mais de 200 mil pessoas estão deslocadas e alojadas em abrigos dentro do Líbano, e mais de 50 mil fugiram para a vizinha Síria. No entanto, há estimativas de que o número de pessoas que tiveram que deixar suas casas seja quatro vezes maior, passando de um milhão. O governo libanês converteu escolas e outras instalações em abrigos temporários. Ainda assim, muitos estão dormindo nas ruas ou em praças públicas.

 
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Irã pede reunião de emergência à ONU

O líder do Hezbollah era considerado o homem mais poderoso do Líbano, e o temor é de que a sua morte promova ainda mais retaliações, em todo o Oriente Médio. Após o assassinato, o Hezbollah intensificou os ataques a Israel, que já duram meses. A milícia Houthi, do Iêmen, também ameaçou o Estado judeu com novos ataques.

Os dois grupos compõem o chamado Eixo de Resistência, liderado pelo Irã, que também inclui o Hamas, na Faixa de Gaza, além de grupos xiitas na Síria e no Iraque. O objetivo em comum é combater Israel.

O Irã solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a morte de Nasrallah. Em um comunicado, o embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Irawani, apelou ao colegiado para que tome “medidas imediatas e decisivas para parar a agressão contínua de Israel e evitar que a região seja arrastada para uma guerra total”.

O exército israelense informou que Nasrallah foi morto em um ataque aéreo contra seu quartel-general, em um subúrbio de Beirute, durante uma reunião de líderes do Hezbollah. Ao mesmo tempo, o vice-comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, Abbas Nilforushan, morreu no ataque aéreo, segundo a agência de notícias estatal iraniana Irna.

“Estes grandes sacrifícios e esta grande injustiça não terão sido em vão”, disse o líder Houthi, Abdul Malik al-Huthi, durante discurso televisionado no sábado. Após os recentes ataques de drones e foguetes contra Israel, a sua milícia está pronta para uma “escalada”. (Com agências internacionais)

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