Papa pede investigação sobre relatos de “genocídio” na Faixa de Gaza

O Papa Francisco mencionou pela primeira vez acusações de que haveria um “genocídio” na Faixa de Gaza e pediu uma investigação a respeito, em um livro a ser publicado do qual trechos foram divulgados no domingo (17).

Um comitê especial da Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um relatório na última quinta-feira (14) no qual concluiu que os métodos de guerra empregados por Israel “correspondem às características do genocídio”.

O relatório do comitê especial da ONU, criado em 1968 para investigar as práticas israelenses no território palestino ocupado, será apresentado à Assembleia Geral da ONU em Nova York na segunda-feira.

“O que está acontecendo em Gaza, que de acordo com alguns especialistas parece ter as características de genocídio, deve ser cuidadosamente investigado para determinar se ele se enquadra na definição técnica apoiada por juristas e organizações internacionais”, afirmou o Papa no texto.

Seu novo livro “La esperanza no defrauda nunca” (“A esperança nunca decepciona”, em tradução livre) será lançado na terça-feira na Itália, Espanha e América do Sul. Trechos foram publicados neste domingo pelo jornal italiano La Stampa.

Israel reage: ofensiva em Gaza é “autodefesa”.

O Papa frequentemente se refere ao extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial e ao “genocídio” dos armênios sob o Império Otomano, dos tutsis em Ruanda e dos cristãos no Oriente Médio.

Francisco frequentemente lamenta as mortes de civis em Gaza, mas essa é a primeira vez que ele usa publicamente o termo “genocídio” no contexto das operações militares israelenses em território palestino.

A embaixada de Israel no Vaticano reagiu no domingo à publicação dos trechos do livro e disse que havia lançado uma ofensiva de “autodefesa” em Gaza em retaliação ao “massacre genocida de cidadãos israelenses” pelo grupo terrorista palestino Hamas em 7 de outubro de 2023.

“Qualquer tentativa de chamar essa autodefesa por qualquer outro nome equivale a isolar o Estado judeu”, escreveu a representação diplomática na rede social X. (Com agências internacionais)

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