Após decisão de Moraes, defesa do golpista Jair Bolsonaro recorre à vitimização

Como sempre afirmamos, na seara política nada acontece por acaso. Tudo é minuciosamente planejado, sempre visando algum dividendo, mesmo que no campo do intangível.

Quando solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para viajar aos Estados Unidos com o intuito de participar da cerimônia de posse de Donald Trump, que acontece na próxima segunda-feira (20), Jair Bolsonaro tinha ciência de que era quase nula a possibilidade de ter o pedido atendido pelo ministro Alexandre de Moraes.

Golpista e investigado por diversos crimes, Bolsonaro avançou com seu mirabolante plano de viajar aos Estados Unidos para criar um factoide e alegar perseguição política.

Horas após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que nesta quinta-feira (16) negou autorização para o périplo na terra do Tio Sam, a defesa de Bolsonaro, por meio de interpostas pessoas, surgiu em cena a reboque da tese da perseguição. Para quem estava no limbo do ostracismo, Bolsonaro voltou ao noticiário.

Pessoas próximas aos advogados responsáveis pela defesa do ex-presidente, afirmaram que a decisão de Moraes reforça a tese mambembe de perseguição política. “Parece uma medida cautelar alternativa à prisão. Ele já foi preso então?”, questionou uma dessas pessoas.

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Que o Bolsonarismo existe à sombra da ignorância de conveniência todo brasileiro de bem sabe, mas o oportunismo barato de Bolsonaro e seus quejandos ultrapassa as fronteiras do bom-senso.

Quando o ministro Alexandre de Moraes impôs a Bolsonaro medidas cautelares, seus asseclas deveriam ter lhe explicado a abrangência da decisão judicial. É inaceitável que o artífice de um golpe de Estado fracassado queira fazer turismo ideológico, justificando o pedido ao STF com um suposto convite que não convence.

Na decisão, Moraes destacou que o ex-presidente está sujeito às seguintes medidas cautelares: a) proibição de se ausentar do país (com entrega de todos os passaportes); b) proibição de manter contato com os demais investigados; c) proibição de participação em cerimônias, festas ou homenagens realizadas no Ministério da Defesa, Marinha, Aeronáutica e nas Polícias Militares.

O magistrado ressaltou que que, após indiciamento pela Polícia Federal, “o próprio indiciado, Jair Messias Bolsonaro, em entrevista ao UOL, cogitou a possibilidade de evadir-se e solicitar asilo político para evitar eventual responsabilidade penal no Brasil”.

Em entrevista ao portal UOL, Bolsonaro disse: “Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido, pode ir para lá. Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado.”

É importante frisar que Bolsonaro está inelegível até 2030, portanto essas investidas rasteiras com o objetivo de vitimização servem para nada.
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