Aviões lançaram ataques na Faixa de Gaza neste domingo (19), enquanto Israel acusa o Hamas de violar o cessar-fogo e atacar militares israelenses.
O Exército israelense confirmou ter bombardeado militantes de Gaza na área de Rafah (sul da Faixa de Gaza, sob controle militar israelense) neste domingo, em resposta ao “disparo de um míssil antitanque e tiros contra tropas” na área e como parte de uma onda de bombardeios que realizou neste domingo em todo o território, após denunciar “flagrante violação” do acordo de cessar-fogo.
“Em resposta, o Exército começou a bombardear a área para eliminar a ameaça e desmantelar túneis e estruturas militares usadas para atividades terroristas”, de acordo com o comunicado militar.
Em comunicado, as forças israelenses especificaram que “como parte dos ataques, o exército atingiu infraestrutura subterrânea usada pela organização terrorista Hamas para manter reféns”.
O exército israelense lançou vários ataques aéreos neste domingo, matando pelo menos 15 pessoas, em diferentes áreas da Faixa de Gaza, após supostos confrontos entre militantes de Gaza e tropas israelenses na manhã de domingo, segundo fontes de hospitais do enclave palestino.
Duas testemunhas palestinas disseram à agência de notícias AFP que os confrontos ocorreram primeiro em uma parte da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, seguidos por dois ataques aéreos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou neste domingo “ações vigorosas contra alvos terroristas” em Gaza, nove dias após a entrada em vigor do cessar-fogo, sem esclarecer se isso marca o fim da trégua.
“Após a violação do cessar-fogo pelo Hamas, o primeiro-ministro Netanyahu realizou uma consulta com o ministro da Defesa e os chefes do setor de segurança e ordenou ações vigorosas contra alvos terroristas na Faixa de Gaza”, afirmou seu gabinete em um comunicado.
Hamas nega conhecimento de incidente
O grupo islamista afirmou, entretanto, que não tinha conhecimento de nenhum incidente ou confronto em Rafah, envolvendo forças israelenses.
“Reafirmamos nosso total compromisso em implementar tudo o que foi acordado, sendo o principal um cessar-fogo em todas as áreas da Faixa de Gaza”, afirmaram as Brigadas Ezzedine Al-Qassam, braço armado do Hamas, em um comunicado.
“Não temos conhecimento de quaisquer incidentes ou confrontos ocorrendo na área de Rafah, pois estas são zonas vermelhas sob controle da ocupação, e o contato com os nossos grupos remanescentes foi interrompido desde o reinício da guerra em março deste ano.”
De acordo com uma fonte do braço armado do Hamas, o grupo, envolvido em ferozes conflitos internos, havia lançado uma operação em Rafah para eliminar Yasser Abu Shabab, líder da milícia rival conhecida como “Forças Populares”. Mas soldados israelenses intervieram em apoio a Shabab, lançando ataques de fogo cruzado e causando a explosão de uma escavadeira israelense.
No sábado, o governo dos Estados Unidos alertou que tinha “informações confiáveis” indicando que o Hamas estava planejando “uma violação iminente” do cessar-fogo em um ataque planejado contra civis palestinos.
Na manhã deste domingo, o Hamas culpou Israel por armar e financiar essas outras milícias, que, segundo o grupo, realizaram “assassinatos, sequestros, roubos de caminhões de ajuda humanitária e furtos contra civis”.
O Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel e outros países, incluindo Alemanha e Estados Unidos, declarou que policiais de Gaza, “com amplo apoio civil e popular”, estão perseguindo essas gangues e responsabilizando-as “de acordo com mecanismos legais claros, para proteger os cidadãos e preservar a propriedade pública e privada”.
Ajuda humanitária
O governo israelense decidiu suspender o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, após retomar ataques aéreos ao território palestino e acusar o Hamas de violar o cessar-fogo e atacar militares israelenses.
A informação sobre a suspensão da ajuda humanitária foi divulgada por diversos veículos israelenses e confirmada às agências de notícias por fontes anônimas do Exército de Israel. Dois soldados foram mortos nos ataques, em escalada que põe em risco o frágil cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro.
Ministro israelense pede mais bombardeios
Colonos israelenses e líderes dos partidos sionistas religiosos no governo de coalizão pediram neste domingo a retomada da ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, após o fogo cruzado entre tropas e militantes em Rafah.
“Peço ao primeiro-ministro (Benjamin Netanyahu) que ordene às Forças de Defesa de Israel (FDI) que retomem totalmente os combates na Faixa de Gaza com força total”, postou na rede social X o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Givr, que foi anteriormente condenado por incitar ódio contra palestinos, vandalismo e apoio ao terrorismo.
“As falsas suposições de que o Hamas dará as costas a eles, ou mesmo cumprirá o acordo assinado, estão se mostrando perigosas para nossa segurança, como esperado”, acrescentou. (Com agências internacionais)
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