Beto Richa erra ao nomear parentes para o primeiro escalão do governo do Paraná

Família unida – Durante os dois mandatos do ex-governador Roberto Requião, agora senador eleito, o ucho.info sempre insistiu na tese de que o governo do Paraná transcorria em um ambiente familiar. Tudo porque Requião enxertou na máquina federal uma dezena de parentes, instalados em secretarias e outros cargos do primeiro escalão.

Como a política é cíclica e repetitiva, o próximo governador paranaense, o tucano Beto Richa, parece estar decidido a imitar seu antecessor. Richa acaba de nomear a própria mulher, Fernanda Richa, para a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social. No período em que o marido ocupou a prefeitura de Curitiba, Fernanda foi responsável pela Fundação de Ação Social (FAS). Dias antes, o governador eleito indicou o irmão, José Richa, para ocupar a Secretaria de Infraestrutura e Logística.

O cargo de secretário tem caráter político e por isso escapa do alcance da Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal, que proíbe o nepotismo em órgãos públicos. O fato de tais nomeações não serem ilegais não as excluem da imoralidade. Richa deveria seguir a teoria popular sobre a mulher de César, que para a extensa maioria não basta ser honesta, mas é preciso parecer como tal.

Escolhido para ser um dos alvos prediletos da maledicência petista, pois no Paraná o PT teve um péssimo desempenho eleitoral, Beto Richa consegue dar aos adversários a munição que eles tanto carecem.