Planalto silencia diante da crise líbia, poupa Lula e se distancia do Conselho de Segurança da ONU

Mudez palaciana – Desde que levantes pela liberdade foram deflagrados e, alguns países árabes fincados no norte da África, a começar pela Tunísia, onde foi deposto o ditador Zine al-Abidine Ben Ali, o governo brasileiro tem mantido uma postura meramente protocolar ao comentar os fatos.

No caso do Egito, que foi palco de manifestações populares durante longos dias até a queda do presidente-ditador Hosni Mubarak, coube ao ministro Antonio Patriota, das Relações Exteriores, a incumbência de comentar o caso e posteriormente divulgar nota oficial.

Agora, com a Líbia a um passo da implosão por conta do movimento que começou na Tunísia e se propagou pelo mundo árabe, o Palácio do Planalto mais uma vez adota um silencio tão obsequioso quanto estranho. E novamente o ministro Antonio Patriota foi escalado para emitir uma palavra oficial do governo brasileiro, o que coloca o País em situação delicada no cenário internacional, não sem antes comprometer os sonhos de alguns palacianos de conquistar para o Brasil um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Nesse cenário de economia no palavrório oficial algumas situações devem ser consideradas. Diferentemente do seu antecessor, Dilma Rousseff é mais comedida em relação a aparições públicas e declarações oficiais, mas um chefe de Estado que nos discursos prega a democracia tem o dever de se manifestar diante da tentativa criminosa de perpetuar o totalitarismo.

A mudez palaciana pode ter sido provocada pela aproximação do boquirroto Luiz Inácio da Silva, que durante encontro com Muammar Khaddafi, na Líbia, chamou o ditador de “meu amigo, meu irmão, líder”.

Que Lula tem uma incontrolável preferência pelo totalitarismo todos sabem, mas é inadmissível que o governo brasileiro enfrente tamanho vexame diplomático apenas para poupar um irresponsável que na onda de seu populismo barato disparou loas a déspotas covardes e truculentos, como fez com Mubarak e Khaddafi, entre tantos outros.