(*) Amanda Costa, do Contas Abertas –
O governo federal investiu mais de R$ 1,1 bilhão em patrocínio no ano passado, maior valor aplicado durante a gestão do ex-presidente Lula da Silva. Foi também em ano de eleições presidenciais o segundo maior valor executado na era Lula. Em 2006, quando o ex-presidente reelegeu-se, foram autorizados para patrocínios quase R$ 1,1 bilhão. Considerando os oito anos da gestão anterior, foram R$ 7,1 bilhões liberados, em valores corrigidos pelo IPCA.
O levantamento foi divulgado ontem (14) à noite pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e diz respeito aos patrocínios aprovados de todos os órgãos e entidades do Poder Executivo, inclusive das empresas estatais.
Em volume de recursos, a área de cultura foi a maior beneficiada, com R$ 430,4 milhões. A Secom atribui o destaque conferido ao setor cultural à parceria entre Banco do Nordeste (BNB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que colocaram em prática um programa conjunto de fomento à cultura na região Nordeste. Com a união, o Programa BNB de Cultura duplicou o orçamento e patrocinou 873 projetos beneficiando diretamente 437 municípios, disseminando, assim, a marca do BNDES.
Além disso, a Petrobras, empresa que mais investe em cultura segundo a Secom, manteve a estratégia “caravana”, cujo objetivo é levar às associações culturais e a potenciais proponentes informações e orientações sobre como participar de editais.
Em segundo lugar, o setor esportivo recebeu R$ 297,6 milhões em patrocínios para diversas modalidades praticadas no ar, na água e na terra, como paraquedismo, ultraleve, canoagem, iatismo, natação, surf, fórmula 1, rally, corrida, ciclismo, futebol, capoeira, rodeio, jogos indígenas, basquete, boliche, ginástica olímpica, tênis, vôlei, xadrez, entre outros. Um crescimento tímido de 5% ante a verba aplicada em 2009, quando os patrocínios aprovados chegaram a R$ 198,2 milhões.
Para a área ambiental, foram autorizados R$ 107,4 milhões em patrocínio. Eventos sociais receberam R$ 190,9 milhões. Já os demais eventos foram agraciados com R$ 130,5 milhões.
O Sudeste permaneceu no topo da lista no que diz respeito ao volume de recursos repassados à área de patrocínio. Foram 521,4 milhões dirigidos à região para ser aplicados em fóruns, seminários, congressos, feiras e exposições. Segundo a Secom, o volume maior se justifica por conta da “sua importância mercadológica” e pelo fato de ser a região a abrigar a maior parte dos eventos promocionais.
Outros projetos patrocinados pelo governo foram destinados às regiões Centro-Oeste (R$ 116,5 milhões), Nordeste (R$ 204,9 milhões), Norte (R$ 47,6 milhões) e Sul (R$ 120,9 milhões). As iniciativas que abrangeram mais de uma região, ou seja, que foram realizadas em conjunto, somaram, no ano passado, R$ 35,1 milhões. Já os projetos realizados no exterior representaram R$ 20,2 milhões.