(*) Marcos Rosetti, da Agência Congresso –
A deputada federal Rose de Freitas (PMDB) vai assumir a presidência da Câmara Federal na próxima quarta-feira (15), em função de nova viagem do titular, deputado Marco Maia (PT-RS) ao exterior. Vice-presidente da Câmara e coordenadora da bancada capixaba, Rose de Freitas reassume suas atividades parlamentares depois de receber alta hospitalar sexta-feira (10). Ela estava com pneumonia nos dois pulmões, e domingo saiu do hospital Sirio Libanês, em São Paulo, onde ficou internada por mais de uma semana.
Nesta segunda-feira (13), a deputada comentou que sua diificuldade de recuperação decorreu da exposição ao ar condicionado: “Também devido a uma alimentação irregular e sem horário. Aprendi uma lição; tenho que me alimentar bem”, afirmou.
Ela reclamou que durante os dias em que esteve internada, ficou impossibilidade até de atender telefone. O único que falou com ela, na última quinta-feira, foi o vice presidente da República, Michel Temer, que estará em Vitória na próxima quarta-feira, dia 15.
Rose confirmou que também irá ao Fórum Nacional da Reforma Eleitoral, a ser realizado no Centro de Convenções de Vitória, mas somente na qunta, dia 16, porque vai ter que assumir de novo a presidência da Câmara.
A deputada também comentou que muitas pessoas estão com pneumonia em Brasília – inclusive a presidente Dilma Rousseff se curou recentemente – e os médicos apontam as tubulações de ar condicionado que estariam contaminadas.
Rose citou que prédios novos – como a nova sede da Petrobrás que está sendo construída em Vitória – já não possuem mais tubulações, habitat de diversas bactérias. Além de Rose, semana passada três outros deputados estavam afastados de Brasília devido a gripes fortes que contrairam no Congresso. Servidores da Câmara estão na mesma situação.
Um ex-ministro do governo FHC, Sérgio Motta (Comunicações), também ficou doente em Brasília devido a bactérias contraídas de ar condicionado, morrendo meses depois.
O que é
A bactéria Legionella pneumophila é a mesma que deixou seqüelas no pulmão do ministro das Comunicações, Sérgio Motta. Ele morreu por insuficiência respiratória. Descoberta nos Estados Unidos em 1976, a Legionella é de difícil diagnóstico e, no Brasil, exige tratamento com remédio importado (eritromicina venosa).
“A essa bactéria são atribuídos 2% dos casos de pneumonias adquiridas na comunidade, mas acredito que a incidência real é maior”, observa o pneumologista Blancard Torres. Para ele, a dificuldade de diagnóstico faz com que os casos não sejam notificados e a incidência apresente-se pequena nas cidades brasileiras. “Nos EUA a Legionella é mais freqüente”.
A bactéria agressiva, capaz de desencadear uma pneumonia grave e de rápida evolução até mesmo em pessoas jovens e sadias, pode ser adquirida em ambientes com aparelhos de ar condicionado que não passam por limpeza. O microorganismo sobrevive na água dos dutos do ar condicionado e dissemina-se pelo ar, que é inalado no ambiente. A infecção é mortal se não for tratada precocemente.