Justiça Federal condena ex-juiz Rocha Mattos à prisão por lavagem de dinheiro e ocultação de bens

Sol quadrado – Acusado de liderar um esquema criminoso de venda de sentenças judiciais, o ex-juiz João Carlos da Rocha Mattos, flagrado pela “Operação Anaconda”, da Polícia Federal, foi condenado a seis anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. A sentença foi proferida pelo juiz Marcelo Costenaro Cavali, da 6ª Vara Federal Criminal, que decretou a perda, em favor da União, de bens pertencentes a Rocha Mattos: um apartamento de cobertura no bairro Higienópolis, na Zona Oeste da cidade de São Paulo, e uma casa no Condomínio Dolce Villa, no Alto da Boa Vista, na Zona Sul da capital paulista.

Foram condenados também dois advogados e um comerciante, acusados de envolvimento com a empresa offshore Cadiwel Company Sociedad Anonima, com sede no Uruguai, constituída exclusivamente para “ocultar a propriedade dos valores pertencentes, em verdade, a Rocha Mattos”. Na sentença, o juiz federal Marcelo Cavali destaca que Rocha Mattos “era o articulador e o principal interessado na ocultação da propriedade”.

Ao se defender, João Carlos da Rocha Mattos, que recorrerá da sentença em liberdade, alegou que o dinheiro para a compra dos referidos imóveis, atualmente avaliados em R$ 3 milhões, foi conseguido por meio de empréstimo, cujo montante o ex-juiz não se recordou. Rocha Mattos também afirmou que parte do dinheiro resultou “de serviços jurídicos prestados ao Banco Excel”.

Além dos crimes constatados pela Operação Anaconda, o caso ganhou espaço nos meios de comunicação por conta das duras conversas de Rocha Mattos com o filho, um garoto que contestava o pai por suas ilicitudes.