Ninguém sabia – O agora ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, é o segundo cacique do PMDB a perder o cargo na Esplanada dos Ministérios. Dois prédios depois do que ele ocupava fica o da Defesa, de onde fora ejetado o colega Nelson Jobim, tucano de coração e peemedebista por opção.
A pândega política no governo Dilma é tão grande que o líder na Câmara, Cândido Vacarezza (PT), procurado pelo ucho.info, confessou-se desarticulado com a notícia: ” Ele não falou nada para mim e nem para outro líder aliado e muito menos para Palácio do Planalto. Mandou publicar a carta no site do ministério da Agricultura”.
A demissão teria sido motivada por um pedido da mulher e, segundo o “Jornal Nacional”, o cargo deverá ser ocupado por um nome indicado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB). Este já site informou que um dos nomes cotados é José Carlos Vaz, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.
A atitude de Rossi surpreendeu a bancada do próprio PMDB no Congresso Nacional. “Ninguém esperava por isso”, admitiu o senador Romero Jucá, líder do governo no Senado. A afirmação pode estar de acordo com a verdade, pois às 15 horas Rossi recebeu em audiência um grupo de senadores, incluindo Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), Paulo Bauer (PSDB-SC) e Eduardo Suplicy (PT-SP).
O ex-ministro estaria descontraído e até deu gargalhadas por uma afirmação de Suplicy. “Onde vamos botar essas bananas?”. O senador petista se referia a problema de importação de um lote de frutas do Equador.
Rapidamente, os líderes do DEM, do PSDB, do PSOL e do PPS trocaram cochichos sobre o futuro da CPI da Corrupção e concluíram que seria melhor não explorar o caso Rossi e amarrá-lo à CPI: “Tiro no pé nós não daremos”, disse ACM Neto (DEM-BA), admitindo que o número de insatisfeitos com o governo Dilma tende a crescer rapidamente e assinar o requerimento de CPI seria a maneira mais legítima de mostrar independência em relação ao Palácio do Planalto.
No início da noite (às 20h) 11 dos 42 deputados do PR, partido que desembarcou oficialmente da base aliada, já haviam assinado o requerimento para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito que quer vasculhar os escaninhos do governo Dilma Rousseff. No Senado a situação começou a ficar incômoda para o governo: faltam sete assinaturas para que a CPI se torne realidade. Até agora já foram recolhidas vinte assinaturas.