Na quarta – a Em mais um capítulo da novela pela partilha da renda futura da extração do petróleo do pré-sal, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), informou que na quarta-feira (31) entregará nova proposta para evitar que o veto do ex-presidente Luiz Inácio da Silva seja derrubado no Congresso. A votação está prevista para acontecer até o dia 15 de setembro, caso o presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP), não decida adiar novamente a data da votação em plenário.
Cabral Filho, com sua característica de governante factóide, avisou que oferecerá um “cardápio” de possibilidades aos Estados não produtores de petróleo de acesso à renda da exploração de petróleo da camada pré-sal. Cabral defendeu o modelo de concessão que permitiu ao Brasil sair da produção de 500 mil barris no final da década de 90 para 2 milhões atualmente, além de estimular o desenvolvimento da tecnologia para exploração em águas profundas para tornar o País referência mundial hoje.
“Mas queremos que este acesso se dê apenas sobre as áreas que ainda vão produzir. Queremos que seja mantida a receita sobre áreas já concedidas”, disse Cabral a uma plateia formada por empresários, executivos e políticos capixabas na sede do governo do Espírito Santo.
Cabral começou sua apresentação criticando a adoção do modelo de partilha em substituição ao sistema de concessão. “Desde o começo foi público e notório que fui contra a mudança do marco regulatório”, afirmou.
Segundo ele, desde que começaram as discussões do pré-sal, elas se dividiram em duas etapas. “Perdemos a primeira, e sentimos muito pelo Brasil, que vai sair perdendo neste tipo de novo modelo. Mas não vamos aceitar perder esta nova etapa, que atinge diretamente o Estado e seus municípios”, disse.
A principal crítica feita por Cabral foi com relação à concentração de investimentos sobre a Petrobras e os riscos de atraso no início da exploração do petróleo do pré-sal.
“A Petrobras está com US$ 224 bilhões em investimentos em áreas já concedidas, tem mais a área de Franco para desenvolver e o novo modelo é cartorial: atrasa o desenvolvimento da novas áreas, já que vai ficar ao sabor e à mercê dos desejos da Petrobras”, comentou, destacando que “não se sabe quanto tempo o petróleo vai dominar o mundo”. Com informações das agências “Estado” e “Congresso”.