Candidato ao fiasco, Brasil pode alterar calendário escolar para evitar o caos durante a Copa

(Ilustração: Mário Alberto)
Vergonha nacional – Quando, em 30 de outubro de 2007, a FIFA anunciou o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, o ucho.info criticou a decisão, alertando para a incapacidade do País de realizar um evento de tamanha magnitude. A alegação deste noticioso era, como ainda é, que o Brasil não tem infraestrutura à altura de uma Copa do Mundo. Na ocasião, o então presidente Luiz Inácio da Silva, que fez do anúncio da FIFA uma espécie de conquista pessoal, usou palavras inadequadas para atacar os críticos, como se isso mudasse a realidade do País.

O primeiro a ser atacado foi o secretário-executivo da FIFA, Jérôme Valcke, chamado por Lula de “idiota” apenas porque externou sua preocupação com os aeroportos brasileiros. Como o tempo é o senhor da razão, o relator da Lei Geral da Copa, deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), sugeriu a utilização dos aeroportos militares para receber autoridades e equipes dos países que participarão da mais badalada competição futebolística do planeta.

Considerando que muitas das cidades-sede têm trânsito caótico, o ucho.info afirmou que nessas localidades os governantes seriam quase que obrigados a decretar feriados municipais nos dias de jogos, como forma de não comprometer o transporte público. E a nossa sugestão foi largamente criticada, como se o Brasil fosse o país de Alice, aquele das maravilhas. Para provar que nossa tese continua recoberta pela lógica, o relator da Lei Geral da Copa quer alterar o calendário letivo de 2014, antecipando o início das aulas e as férias do meio do ano, o que faria com que o sistema de transporte das cidades que receberão os jogos não seja comprometido.

Nos oito anos em que esteve no poder central, Lula se vendeu aos brasileiros e ao mundo como a primeira e derradeira solução para um país que vive entre o ufanismo discursivo dos governantes e a corrupção que campeia em todo o território. Não faz muito tempo, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, disse que o Brasil era um sério candidato ao fiasco por conta dos riscos que rondam a Copa do Mundo. Convidado para ser o embaixador brasileiro para a Copa, o Atleta do Século mudou de ideia com a mesma habilidade que exibia diante da bola. Enfim, como disse certa feita um conhecido filósofo de botequim, “nunca antes na história deste país”.