Zero à esquerda – Os esclarecimentos que o ministro Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional, prestará aos integrantes da Comissão Representativa do Congresso Nacional, na tarde desta quinta-feira (12), têm tudo para terminar em uma enorme e mal cheirosa pizza. O primeiro ingrediente dessa massa putrefata está no fato de a tal comissão ser dominada por parlamentares da base de apoio, o que por si só aniquila qualquer tentativa oposicionista de investigar as transgressões de Bezerra Coelho.
Outro detalhe repousa sobre a necessidade de a presidente Dilma Rousseff manter intacta a base governista, o que lhe garantirá tranquilidade política em um ano que será marcado por dificuldades econômicas de todos os matizes. Fora isso, uma troca de farpas já começou entre o PT e o PSB, partido do ministro da Integração Nacional. Presidente nacional do PSB e político articulado, o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, disse que as acusações contra Bezerra têm a chancela petista. De olho no Palácio do Planalto há muito tempo, Eduardo Campos é o tipo de inimigo político que Dilma Rousseff não precisa.
O terceiro detalhe estranho dessa missa encomendada, que terá lugar no Congresso logo mais, está no fato de o PSDB, o mais estridente partido de uma oposição pífia, ter apoiado, em conjunto com o PT, a eleição de Márcio Lacerda (PSB) para a prefeitura de Belo Horizonte. A operação se deu com junção dos interesses do então governador de Minas Gerais, Aécio Neves (agora senador), e do então prefeito de BH, Fernando Pimentel, consultor econômico ilusionista que comanda o Ministério do Desenvolvimento. Em outras palavras, o brasileiro verá o seu suado dinheiro patrocinando mais um espetáculo ridículo e desnecessário.