Claque de peso – A participação de Luiz Inácio da Silva na cerimônia de posse de Aloizio Mercadante como ministro da Educação serviu apenas e tão somente para turbinar a campanha do ex-responsável pela pasta, Fernando Haddad, candidato do PT à prefeitura de São Paulo em outubro próximo. Não havia outra razão para Lula participar do evento que teve lugar no Palácio do Planalto na tarde desta terça-feira (24), uma vez que Mercadante foi alvo de uma sonora carraspana do ex-metalúrgico quando decidiu deixar a liderança do PT no Senado Federal. À época, o então senador Aloizio Mercadante renunciou à liderança partidária em caráter irrevogável, mas dias depois subiu à tribuna para revogar a própria fala.
No contraponto da solenidade, Fernando Haddad, que deixou a Esplanada dos Ministérios, recebeu elogios da presidente Dilma Rousseff, que se referiu ao ex-colaborador como “um grande ministro da Educação”.
Ao discursar, Dilma, que seguiu um roteiro voltado aos interesses petistas em relação às eleições municipais, exaltou a figura do companheiro Lula. “Nós temos de reconhecer de público que a estratégia de colocar a educação da creche à pós-graduação foi instituída pelo senhor [Lula]”, disse a presidente. “E é estranho que nesse país precisou de vir um retirante do Nordeste, parar lá em Santos depois chegar em São Paulo e ir a São Bernardo e que não tinha curso universitário para perceber que, para educar bem crianças, para educar bem jovens, você precisa de professores bem treinados”. A fala da presidente Dilma induz os incautos a acreditarem que a educação no Brasil está a um passo da perfeição.
Ao tentar minimizar os seguidos tropeços de Fernando Haddad na gestão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Dilma disparou: “Nenhum de nós é soberbo de achar que um projeto que se faz nasce perfeito. […] Agora há de reconhecer que um processo que abrange milhões de pessoas é inevitável que nos primeiros tempos você tenha alguns desvios. E esses desvio nós temos a humildade de reconhecer e corrigir, porque quem não é capaz de fazer isso não faz uma boa gestão”. “Quero reconhecer que o Haddad é capaz de fazer isso”, completou Dilma Rousseff.
A presidente tratou de enaltecer a chegada de Aloizio Mercadante ao Ministério da Educação, afirmando que o “casamento” entre educação, ciência, tecnologia e inovação “transformará o país”. Se Mercadante como ministro fizer pela Educação o que como senador fez pelo estado de São Paulo, o Brasil deve se acostumar com a ideia de que andará pra trás em termos de qualidade educacional. Até então confiado a Mercadante, o Ministério de Ciência e Tecnologia será comandado por Marco Antonio Raupp.
Bajulação oficial
Antes de abrir o discurso para falar dos ministros, Dilma fez questão de elevar às alturas o seu antecessor e mentor eleitoral, Lula da Silva. “É uma honra que seja nesse momento que pela primeira vez o nosso querido presidente Lula volta ao Planalto. Sabe, Raupp, com o passar do tempo a gente fica um bando de chorões.