Mais uma vez – Nesta sexta-feira (24), o tiranete venezuelano Hugo Chávez viaja para Cuba, onde se submeterá a nova cirurgia para a retirada de um tumor na região pélvica. Chávez, que em 2011 passou procedimento idêntico, diz que são grandes as chances de o novo tumor ser maligno, mas que vencerá a batalha e sairá vitorioso das urnas de outubro próximo.
Faltando oito meses para a eleição presidencial, Hugo Chávez vê a doença encolher suas chances de continuar no poder. Com a saúde comprometida, o presidente venezuelano poderá se transformar em candidato virtual, caso se afaste para seguir com o tratamento contra o câncer, o que deve demorar pelo menos cinco meses. Com isso, cresce a candidatura do oposicionista Henrique Capriles Radonski, atual governador do estado de Miranda.
Por enquanto Chávez insiste em ser candidato, mas uma mudança nos planos poderá provocar uma acirrada disputa nos bastidores do poder. Entre os assessores mais próximos do presidente com algum cacife político para disputar uma eleição estão o vice-presidente Elias Jaua, representante da ala esquerdista do governo; o chanceler Nicolás Maduro; o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramirez; e Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, ex-ministro de Obras Públicas e com bom trânsito nas Forças Armadas. Outro “herdeiro” político, porém com pouca expressão nacional, é Adán Chávez, irmão do presidente e governador do estado de Barinas.
Integrantes da oposição alavancam rumores de que a aliança chavista poderia solicitar ao Conselho Nacional Eleitoral o adiamento das eleições por alguns meses, o que daria a Chávez mais tempo para a sua recuperação. O temor de um golpe durante sua ausência levou Hugo Chávez não passar a presidência ao vice Elias Jaua. Mesmo com sua viagem a Cuba autorizada pelo parlamento venezuelano, Chávez repetirá o que fez em 2011 e governará a Venezuela a partir de Havana. O vice ficará incumbido de coordenar o gabinete de governo.
A preocupação de Chávez diante da possibilidade de uma reviravolta na Venezuela durante sua ausência ficou claro em uma frase: “Tenho certeza de que vocês sabem. (…) O povo (sabe) o que tem que fazer diante de qualquer dificuldade”.