Não encaixa – Antes de seguir viagem a Nova Déli, onde participará de reunião do grupo de países emergentes, o chamado Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a presidente Dilma Vana Rousseff encerrou um período marcado por adoção de medidas para proteger a indústria nacional, entre elas a criação de salvaguardas, controle do câmbio e maior rigor nas fiscalizações alfandegárias. No contraponto às tais medidas, Dilma rumou à Índia com a expectativa de garimpar oportunidades de negócios para o País. Ou seja, no Palácio do Planalto voltou a imperar a teoria do “venha a nós, ao vosso reino nada”.
As medidas anunciadas durante encontro palaciano com empresários, na última semana, são pontuais e em nada resolvem os problemas que levaram o País a um avançado processo de desindustrialização. O que o governo federal deveria fazer, mas não faz, é reduzir a carga tributária incidente sobre a produção industrial brasileira, o que tolhe a competitividade dos produtos verde-louros nos mercados interno e externo.
Se a valorização do Real tem patrocinado a invasão de produtos estrangeiros, em especial os chineses, Dilma Rousseff não pode esquecer que seu antecessor e mentor eleitoral, Luiz Inácio da Silva, disse certa feita ser a China uma economia de mercado. É verdade que o discurso de Lula seguiu a cartilha da esquerda mundial, mas há muito sabe-se que a concorrência chinesa é predatória. Com o país da mais longa muralha do planeta vivendo o preâmbulo do desaquecimento da economia, o que levou à queda das exportações das commodities brasileiras – principalmente soja e minério de ferro – o Brasil que se prepare, pois a invasão mandarim será ainda maior.