Cortina de fumaça – A preocupante situação da economia brasileira ainda não produz consenso dentro do governo federal, cujas autoridades têm pensamentos distintos em relação ao crescimento da economia. Presidente do BNDES, o economista Luciano Coutinho arrisca dizer que a economia brasileira começa a se recuperar, mas ainda é cedo para qualquer afirmação mais firme sobre o tema. Na opinião de Coutinho, a desaceleração da economia se deve também ao pessimismo que toma conta dos empresários. Ou seja, o presidente do órgão reforça o discurso ufanista do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que recentemente, em São Paulo, disse que o empresariado deveria revelar seu lado animal.
Entre as teorias econômicas que inundam os gabinetes oficiais e a dura realidade do cotidiano há uma enorme diferença. Em 2005, quando o Brasil estava tomado pelo messianismo boquirroto do então presidente Luiz Inácio da Silva, o ucho.info alertou para o perigo da desindustrialização no País, algo que os palacianos preferiram ignorar. De lá para cá pouco foi feito para reverter essa situação, mas o governo da presidente Dilma Rousseff insiste em adotar medidas pontuais, como se essas fossem uma ponte para dias melhores.
Em quase todos os setores da economia há reclamações parecidas, quase idênticas, por parte dos empresários, mas o Palácio do Planalto prefere se esquivar da responsabilidade para não prejudicar os falsos índices de aprovação de Dilma Rousseff e seu governo. Sobram situações incontestáveis no âmbito da perigosa fase que vive a economia nacional.
Quando um reles cidadão é o brigado a desembolsar 5,79% do salário mínimo caso queira cometer a ousadia de comer dois pãezinhos por dia, é porque há algo de errado. Em tempos de oposição, o PT, partido de Dilma e de muitos integrantes do governo, usavam as estatísticas do Dieese sobre o salário mínimo ideal para engrossar suas críticas aos ocupantes do poder. O mesmo Dieese garante que o salário mínimo ideal nos dias atuais deveria ser de R$ 2.329,35. Porém, os petistas de hoje defendem a tese de R$ 622 é uma dinheirama sem fim, a ponto de empurrar a população ao consumismo como forma de salvar uma economia que é refém da inoperância do governo.