Reta final – A participação do ministro José Antônio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Mensalão do PT continua rendendo polêmicas das mais diversas. Com conhecidas ligações com o Partido dos Trabalhadores, onde avançou na carreira de advogado e defendeu caciques como José Dirceu, o ministro Toffoli deveria se declarar impedido de participar do julgamento. Pelo menos esse é o desejo da extensa maioria da população, que vê na sua participação uma oportunidade de muitos mensaleiros serem beneficiados caso a votação pela condenação seja apertada.
Indicado ao cargo pelo então presidente Luiz Inácio da Silva, a quem serviu como assessor jurídico da Casa Civil e advogado-geral da União, Toffoli já é alvo de ação protocolada no STF que cobra a declaração de suspeição. A ação foi protocolada pelo advogado Paulo Magalhães Araújo, mas deve ser rejeitada pela Corte.
Alguns ministros do STF aconselharam Toffoli a não participar do julgamento do Mensalão do PT, mas sua decisão está mantida pelo menos por enquanto. A esperança da não participação do ministro está no procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que pode arguir a suspeição, pois de acordo com o Código de Processo Penal apenas as partes podem “recusar” o juiz de uma causa, caso ele próprio não reconheça sua suspeição.
Como a Procuradoria Geral da República é parte no processo, resta esperar até quinta-feira (2), dia do início do julgamento, para saber o desfecho. Até lá, Toffoli terá tempo suficiente para decidir se cede à pressão do PT ou evita o constrangimento de ser alijado do julgamento com base na lei. Cabe à sociedade, nessas próximas horas, pressionar para que o ministro não participe do julgamento dos mensaleiros.