Cadeiras vazias nos Jogos Olímpicos de Londres causam constrangimento aos organizadores

Lugares de sobra – Nas diversas provas dos Jogos Olímpicos de Londres uma imagem tem chamado a atenção do público britânico, assim como dos atletas e dos telespectadores de todo o planeta. Nas arenas esportivas é possível ver fileiras inteiras assentos vazios nas arquibancadas. A imprensa local vem tratando o problema como o “fiasco dos assentos vazios”.

O que mais impressiona é que os lugares desocupados são vistos em competições que, conforme anunciado, tiveram todos os ingressos vendidos. A população, que antes do início dos Jogos já reclamava da dificuldade para adquirir os ingressos, não gostou do que viu. A organização do evento responsabiliza atletas, representantes de federações esportivas e patrocinadores por não estarem comparecendo às áreas reservadas a eles, mas o que acontece em Londres pode ser reflexo da grave crise econômica que afeta a União Europeia.

O inglês James Fraser, que foi com os filhos ao Hyde Park, onde há um dos telões espalhados pela cidade e que transmitem ao vivo as provas, para “sentir o clima olímpico”, disse que não faz sentido haver lugares vazios nos locais de competições.

“Isso é frustrante porque muitas pessoas enfrentaram filas e não conseguiram comprar ingressos e vemos pela televisão um monte de fileiras vazias. Eu queria ir com meus filhos assistir alguns jogos e não tem ingressos”, contou ele, acrescentando que os ingressos que restam estão muito caros.

O brasileiro Carlos Eduardo Souza, de Campinas (SP), foi a Londres com a namorada para acompanhar os Jogos Olímpicos. Souza foi ao jogo do tenista suíço Roger Federer, um dos melhores jogadores da história, e ficou impressionado com a quantidade de assentos vazios na área restrita.

“Os lugares a preços mais populares estavam cheios, mas os para os VIPs estavam vazios. É estranho porque os melhores lugares, mais próximos dos atletas, ficam vazios, e deve ser ruim até para o atleta”, disse.

O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres, Sebastian Coe, disse em entrevista coletiva que as cadeiras vazias nas áreas restritas são normais na fase inicial e acredita que o problema deve desaparecer ao longo da competição.

Apesar disso, para reduzir a repercussão negativa, professores e crianças em idade escolar, além de oficiais das Forças Armadas em folga, começaram a ser levados Às arenas esportivas para ocupar parte desses lugares vazios.

Coe também afirmou que serão colocados mais ingressos à venda e adotado um sistema em que as pessoas que deixarem os estádios antes do fim das competições poderão passar seus tíquetes a outras que estiverem do lado de fora, como já foi feito no torneio de tênis de Wimbledon, realizado na capital inglesa.

O ministro britânico da Cultura e do Esporte, Jeremy Hunt, disse à emissora pública de televisão BBC que a questão é “muito decepcionante” e que os ingressos que não forem usados pelos patrocinadores devem ser disponibilizados ao público.