Fiasco completo – Imagine um representante do Partido dos Trabalhadores fugindo de trabalhadores descontentes. A situação fica pior quando o fugitivo tem o poder de resolver, mas não o faz porque o amaldiçoado espólio que recebeu não lhe permite. Eis a situação da presidente Dilma Vana Rousseff, que há dias anunciou que enfrentaria os servidores federais em greve, mas na quarta-feira (15) foi obrigada a deixar o Palácio do Planalto pela porta dos fundos, pois os grevistas faziam manifestação na Praça dos Três Poderes, na frente da sede do Executivo federal, em Brasília.
Durante os anos de oposição, o PT não apenas brigou pelos interesses dos trabalhadores, como patrocinou greves e defendeu o direito da massa laboral de cruzar os braços diante da intransigência do patronato. No comando do País desde 2003, o PT, como era de se esperar, dá as costas àqueles que durante décadas sustentaram a camarilha que hoje se refestela nas benesses do poder.
Com mais de 350 mil servidores federais, trinta categorias distintas, em greve, o governo da presidente Dilma tem fracassado nas negociações, o que complica a vida dos contribuintes, prejudicados pela paralisação de inúmeros setores do Estado. Além das universidades federais, há mais de sessenta dias paralisadas, os aeroportos brasileiros serão alvo nesta quinta-feira (16) de mais um protesto de policiais federais, que também reivindicam aumento de salário e reestruturação do plano de carreira. Os policiais prometem adotar operação padrão no setor internacional dos aeroportos.
Quando foi apresentada ao eleitorado, Dilma concordou com a fala de Lula, que disse ser a sua candidata a garantia de continuidade. Continuando ou não o pífio legado do antecessor, a presidente mostra no impasse que ora enfrenta que a passagem do ex-metalúrgico pelo Palácio do Planalto foi um completo desastre,cujos estragos exigirão pelo menos cinco décadas para serem reparados.
O mais interessante é que até agora nenhum parlamentar petista ousou ocupar as tribunas do Congresso Nacional para criticar a intransigência do governo em relação aos grevistas. Como bem disse certa vez o ex-presidente, “nunca antes na história deste país”.