Sem solução – Quem já não suporta os inúmeros problemas da telefonia celular brasileira deve procurar doses extras de paciência, pois o caos está fadado a continuar por mais algum tempo. Mesmo com as promessas de investimentos e melhorias feitas pelas operadoras, o que só serviu para a liberação da venda de novas linhas, falar ao celular nos grandes centros urbanos transformou-se em desafio constante.
Para piorar, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou nesta sexta-feira (17) um dado no mínimo preocupante. O País fechou o mês de julho com 256,41 milhões de linhas na telefonia móvel. Ou seja, há no Brasil mais celulares do que habitantes. No período foram habilitadas 279,72 mil novas linhas, o que significa crescimento de 0,11% em relação ao mês de junho. Já os terminais 3G (versão móvel da internet banda larga), os acessos chegaram a 53,95 milhões.
Para que o leitor avalie a dimensão do problema que não deve acabar tão cedo, o número de telefones celulares em funcionamento no País equivale a quatro vezes a população da França. O que explica o apagão de telecomunicação enfrentado pelos brasileiros. Em São Paulo, maior cidade brasileira, a situação ultrapassou com folga o limite do suportável. Concluir uma conversa pelo celular exige ao menos quatro chamadas, pois a conexão cai conforme o usuário se movimenta.
Outro problema enfrentado pelos usuários de celular é o atendimento oferecido pelas operadoras. Com o aumento das reclamações, as empresas de telefonia foram obrigadas a expandir repentinamente as centrais de atendimento, situação que culminou com a contratação de pessoas despreparadas e sem qualquer treinamento. O que representa queda brusca na qualidade do atendimento e disparada meteórica da insatisfação dos clientes.