Reclamação inócua – O julgamento do Mensalão do PT (Ação Penal 470), o mais longo da história do Supremo Tribunal Federal, está praticamente encerrado. Na próxima semana, os ministros devem dirimir algumas dúvidas, calibrar as penas condenatórias e decidir sobre a perda de mandato dos condenados que têm mandato eletivo, como é o caso de Valdemar Costa Neto, Pedro Henry e João Paulo Cunha.
Além disso, o STF decidirá se aceita o pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para que os condenados sejam imediatamente presos, assunto que divide opiniões na Suprema Corte.
Condenado a 9 anos e 4 meses de prisão por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, João Paulo Cunha, após o veredicto, emitiu nota em que afirma considerar injusta que lhe foi imposta. E por consequência recorrerá da decisão do STF, o que deve retardar ainda mais a decisão final do caso.
João Paulo Cunha é dono de uma arrogância ímpar e insuportável. Quando esteve presidente da Câmara dos Deputados, acreditava ser uma divindade qualquer e circulava por Brasília em carro oficial e sempre escoltado por uma dúzia de estridentes batedores. Atitude típica de histriônico incompetente.
Cunha pode reclamar o quanto quiser, pois é um direito que lhe assiste, mas enquanto o Mensalão do PT corria solto, os condenados de hoje sequer se preocupavam com a possibilidade de o esquema ser descoberto e todos acabarem na cadeia.
Pela posição que ocupava e por tudo o que fez e permitiu que fizessem, João Paulo Cunha deve agradecer aos céus por pena tão suave. Em qualquer país com doses mínimas de seriedade, João Paulo e os outros quadrilheiros do mensalão teriam sido condenados a 20 anos de prisão, em regime fechado.