Jogo de cena – A política é uma seara na qual os inocentes são barrados na porta de entrada. Traduzindo, nesse cenário de sordidez, corrupção e mentiras somente os “espertos” têm chance de sobreviver. Conhecida por sua postura radical diante da fé, a presidente Dilma Rousseff decidiu participar da missa que será realizada no Vaticano na próxima terça-feira (19) e marcará a posse oficial do argentino Mario Jorge Bergoglio, o papa Francisco, como comandante da Igreja Católica.
Dilma, que na quarta-feira (13) se limitou a emitir uma nota oficial a respeito da eleição de Bergoglio, aceitou o convite feito pela Santa Sé e estará em Roma, informou o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann.
Inicialmente, a presidente informou que enviaria representantes do governo à cerimônia, mas mudou de ideia depois que a escolha de Mario Bergoglio foi analisada com calma pela ótica político-eleitoral. O novo papa não mantém boas relações com a esquerda latino-americana, como informamos em reportagem anterior, e é um crítico do casamento entre pessoas do mesmo sexo e o aborto. A mudança de decisão pode ter acontecido depois de uma conversa entre a presidente e o sacristão palaciano Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência.
De acordo com o porta-voz, Dilma Rousseff decidiu, no início da tarde desta quinta-feira (14), aceitar o convite do Vaticano para participar da posse de Bergoglio, marcada para as 9h30 de terça-feira (horário de Roma). A presidente ainda não definiu quais integrantes do governo participarão da comitiva que viajará ao Vaticano.
Dilma está em campanha pela reeleição é não cometerá o equívoco de contrariar os eleitores do país com o maior número de católicos do planeta. A presidente terá de destilar seu talento teatral para mostrar-se confortável no Vaticano, repetindo o gesto que fez durante a campanha de 2010, quando foi à Basílica de Aparecida na esteira da polêmica do aborto.