Fio trocado – Há quase três meses no cargo e dando a impressão que ainda não tomou posse, o prefeito Fernando Haddad, de São Paulo, que foi apresentado aos eleitores da maior cidade do País como o candidato mais preparado, continua na trincheira da inocuidade.
Na terça-feira (26), ao lançar o plano de metas de sua administração, que não contempla todas as mirabolantes promessas de campanha, Haddad informou que construirá ao longo dos quatro anos de mandato 150 km de corredores de ônibus. Uma decisão necessária, mas que só terá serventia se a qualidade do transporte público melhorar, pois de nada adianta colocar enormes latas de sardinha para circular em faixa exclusiva.
Enquanto Fernando Haddad promete centrar suas ações no transporte público, o governo da companheira Dilma Rousseff, seguindo a cartilha do lobista fujão Lula, aposta no consumo interno para reverter a crise econômica, o que é uma tese utópica, por que não dizer burra, que não se ensina nem mesmo na pior escola de economia do planeta. Entre os setores que o Palácio do Planalto espera ver crescer em termos de venda está o de automóveis, que dificultará ainda mais o trânsito nas grandes cidades brasileiras.
A visão míope dos integrantes de um governo incompetente e paralisado impede que o óbvio seja constatado. Um país desenvolvido, como quer fazer crer Dilma Rousseff, é aquele em que o rico usa o transporte público, não o que faz com que o pobre fique parado nos congestionamentos dentro do próprio carro e com o carnê atrasado no colo.