Fumaça grossa – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) encaminhará ao Ministério da Justiça, ainda nesta semana, requerimento de informações sobre eventual demora na entrega ao Spremo Tribunal Federal do pedido de extradição de Michael Misick, feito pelo Reino Unido.
O parlamentar ressaltou que o advogado e ex-deputado federal do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh, responsável pela defesa do caribenho Michael Misick, possui relações próximas com ministro da Pasta, José Eduardo Martins Cardozo, e que isso levanta uma série de dúvidas. O ministro Ricardo Lewandowski concedeu liberdade a Misick após o Ministério supostamente atrasar a entrega dos documentos relacionados ao processo.
No pedido, o parlamentar questionará os motivos pelos quais o processo de extradição de Misick não foi encaminhado em tempo hábil para a análise do STF. Bueno adiantou que solicitará detalhes do caso e de como o Ministério da Justiça está tratando a situação. Ele lembrou que Miachel Misick é procurado internacionalmente por pratica de corrupção quando atuava como primeiro ministro em seu país.
Rubens Bueno destacou que o pedido se deve a forma lenta com que a extradição está sendo encaminhada pelo governo brasileiro. O deputado também busca saber, por meio do documento, se a participação de Greenhalgh, na defesa de Michael Misick, tem alguma influência na demora.
“É preciso esclarecer. Houve demora na entrega desse documento ou foi cumprido em tempo hábil e legal? Se não foi, por que demorou? Precisamos de respostas. Além disso, a participação de Greenhalgh, na defesa desta pessoa, somada a toda essa história, acaba chamando mais atenção. Vamos analisar tudo isso e aguardar as respostas. Já temos tantos problemas dessa natureza por aqui, agora vamos dar abrigo a políticos corruptos de outros países?”, questionou.
O caso
Após solicitação do Reino Unido, a Polícia Federal prendeu, no início de dezembro de 2012, o britânico Michael Misick. O pedido de prisão teria sido feito pelo ministro do STF, Ricardo Lewandowski. O magistrado cumpriu um mandado de prisão expedido pela Justiça britânica das Ilhas Turks & Caicos, no Caribe, conforme manda as regras internacionais as quais o Brasil é signatário.
De acordo com o mandado, Misick é acusado de cobrar propina, enquanto primeiro-ministro do protetorado britânico, de empresários que queriam construir resorts nas ilhas do arquipélago. Misick, que possui uma fortuna avaliada em U$ 180 milhões, teria recebido U$ 16 milhões para a construção dos empreendimentos turísticos.